O Herói da Plebe

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Gracchus 

Três dias depois, o dia era marcado por mais um jogo no coliseu que o imperador e sua família iam estar presentes. O rugido da multidão ressoava pelas arquibancadas do Coliseu, as trombetas soaram, anunciando o início dos jogos, e a plebe gritava em êxtase, ansiosa pelo espetáculo que estava por vir. No camarote imperial, os senadores ajustavam suas túnicas, trocando olhares cautelosos enquanto se acomodavam para o que seria um evento memorável.

— Senador Gracchus, que surpresa! — Falco exclamou, em tom mordaz, lançando-lhe um olhar carregado de desdém. — Não costumo vê-lo desfrutando dos "prazeres" da plebe.

Gracchus, com a calma de quem há muito tempo aprende a sobreviver na arena política de Roma, respondeu com um sorriso frio.

— Não pretendo ser um homem do povo, senador, mas sim um homem para o povo.

A provocação foi recebida com uma leve inclinação de cabeça por parte de Falco, mas antes que ele pudesse responder, o burburinho aumentou. O imperador Commodus apareceu, trajando sua armadura imaculada e um sorriso satisfeito. Ao seu lado, Lucilla e Gaia mantinham-se compostas, a expressão neutra que mal disfarçava o desconforto. A multidão explodiu em aclamações, saudando Commodus como César, e ele respondeu com acenos exuberantes, deleitando-se com a adoração do povo.

Com um aceno, Commodus autorizou o início dos jogos. O apresentador ergueu a voz para se fazer ouvir acima da multidão.

— Povo de Roma! No quarto dia de Antioquia... celebramos o 64º dia dos jogos! Em sua majestosa caridade, nosso glorioso imperador concedeu este dia para o povo com um combate histórico. E agora, após cinco anos de ausência, César tem o prazer de vos oferecer... o invicto, o temido, o lendário Tigris da Gália!

O público gritou em aprovação, mas o Senador Gracchus , observando atentamente, percebeu um brilho cruel nos olhos de Commodus enquanto ele olhava para Lucilla. Havia algo de inquietante na maneira como ele acompanhava a introdução do combate. Ele está tramando algo, ela pensou.


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Na parte subterrânea do Coliseu....

Maximus 

Enquanto o apresentador excitava a multidão, no subterrâneo, o mestre de escravos observava Maximus preparar-se para a arena.

— Ele sabe como manipular a plebe, esse seu "imperador" — comentou o mestre de escravos, com um tom de amarga ironia.

Maximus, cheio de rancor, respondeu sem hesitar.

— Marcus Aurelius sonhou com uma Roma, e não é esta.

O mestre de escravos deu de ombros, resignado.

— Marcus Aurelius está morto, Maximus. Nós, mortais, somos apenas sombras e pó... sombras e pó.

Maximus, determinado, ignorou as palavras e correu em direção à arena, o desejo de vingança queimando em seus olhos.


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Lucilla

Quando Maximus entrou na arena, o público o recebeu com aplausos ensurdecedores, e Commodus não conseguiu disfarçar o desgosto em seu rosto. O aplauso da plebe, a reverência por aquele homem que desafiava o poder imperial, tudo isso o corroía por dentro.

Oaths of Revenge - Gladiador (2000)Onde histórias criam vida. Descubra agora