Negócios e Honra

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Marcus Annius

O palácio estava mergulhado na noite com tochas iluminando os grandes corredores de mármore. Os passos rápidos e pesados de Marcus Annius ecoavam pelo salão enquanto ele se dirigia à sala de reuniões privada. Havia sido convocado com urgência pelo senador Falco, e o lorde romano não gostava do tom insistente da mensagem. Não era incomum Falco tratar de assuntos de política e negócios, mas Marcus desconfiava que essa reunião não fosse meramente diplomática.

A sala de reuniões era espaçosa, com paredes adornadas por tapeçarias representando glórias de batalhas passadas. Falco já o aguardava, de pé ao lado de uma mesa cheia de pergaminhos e mapas. Sua expressão era calma, mas seus olhos traiam uma ansiedade inquietante.

Senador Falco saudou Marcus, com uma reverência formal, Marcus sem se esforçar para disfarçar a irritação em sua voz. O que é tão urgente para me arrastar aqui a esta hora?

— Lorde Marcus, agradeço por ter vindo — respondeu Falco, mantendo um sorriso frio. — O imperador Commodus tem grandes planos para Roma, e precisamos de seu apoio.

O apoio de minha família sempre foi a Roma, não a tiranos — cortou Marcus, aproximando-se da mesa. — Commodus pode usar o título de imperador, mas ele não tem a sabedoria de seu pai. Ele é imprudente, movido por caprichos e delírios de grandeza. Todos sabem que seu governo só pode levar Roma ao declínio.

— Cuidado com suas palavras, Marcus — alertou Falco, o tom de voz mais baixo e ameaçador. Esse tipo de discurso pode ser perigoso, especialmente em tempos incertos.

Marcus soltou uma risada amarga, seus olhos percorrendo os pergaminhos sobre a mesa.

— O perigo está justamente em permitir que esse jovem impulsivo comande o império. Commodus não pensa em Roma. Ele pensa em si mesmo — rebateu, seus punhos fechando-se ao lado do corpo. E isso já começa a afetar meus negócios. Seus decretos arbitrários e mudanças nas taxas de comércio estão criando incertezas. Meus parceiros comerciais não têm segurança. Se ele continuar a agir como um autoritária o fluxo de riquezas para Roma vai secar.

Falco deu um passo à frente, colocando uma mão na mesa e inclinando-se ligeiramente.

— E por que acha que estamos conversando, Marcus? — respondeu Falco com firmeza. — Precisamos de estabilidade. Commodus precisa de aliados, se homens como você se opuserem, o caos se instalará. O apoio dos grandes lordes e de suas riquezas pode ajudar a guiar o imperador.

— "Guiar o imperador"? — Marcus riu, mas o som saiu forçado e sem humor. Commodus não é homem que aceita ser guiado. E eu não sou homem que se ajoelha diante de um tolo.

— Ninguém está pedindo para que você se ajoelhe — retrucou Falco, a voz endurecendo. — Estamos pedindo para que veja o quadro maior, a política é um jogo de concessões. Se cooperar, poderá influenciar as decisões do imperador e proteger seus interesses. Mas se insistir em se opor abertamente... bem, os resultados podem ser imprevisíveis.

Marcus franziu a testa, seus olhos escurecendo.

— E essa é sua "proposta"? Uma ameaça velada de que eu deveria dobrar o joelho ou enfrentar consequências? 

Falco manteve o olhar firme, sem se abalar.

— Estou lhe oferecendo uma chance de ser parte do futuro de Roma — insistiu. — Commodus pode ser impulsivo, sim, mas não é tolo. Ele entende que precisa de aliados poderosos. Lordes como você, com riqueza e influência, são necessários para manter o povo e o Senado a seu lado. Mas para isso, Marcus, precisamos de uma demonstração de unidade.

Oaths of Revenge - Gladiador (2000)Onde histórias criam vida. Descubra agora