Capítulo 40

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Dia 1- Parte 2

Maycon

— Eu ouvi você dizendo para sua avó que não somos namorados — comentei, e Anny me olhou surpresa.

— Porque... não somos. Quer dizer, somos algo... só não sei se é namoro ainda — respondeu, meio hesitante, mas com um sorriso tímido.

Dei um sorriso leve, tentando tranquilizá-la.
— Fica calma. Eu quero te pedir em namoro, mas antes... precisamos resolver essa história com a Megan.

Ela abriu um sorriso que iluminou o quarto.
— Então você está planejando um pedido? — perguntou, com os olhos brilhando.

— Planejo desde o nosso primeiro beijo — confessei, e, antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, ela me puxou para um beijo.

Encerramos o beijo com um selinho, e eu dei uma leve mordida em seu lábio, fazendo-a rir baixinho.
— Ai! Estrela! — reclamou Anny, rindo, quando a filhote, claramente enciumada, deu uma mordidinha em seu dedo para chamar atenção.

— Estrela, não machuque sua mãe! — brinquei, rindo junto.

— Vou ter que te adestrar logo, viu? — disse Anny, pegando a cachorrinha no colo. Estrela respondeu lambendo o rosto dela, arrancando mais risadas.

O sorriso de Anny era o mais lindo do mundo. Eu poderia passar horas vendo aquele sorriso e faria qualquer coisa para mantê-lo ali. Em tão pouco tempo, ela me mostrou que era o amor da minha vida.

Estava tão perdido em meus pensamentos que nem percebi a chegada da avó de Anny.

— Maycon, você ouviu? — chamou Anny, trazendo-me de volta à realidade.

— O quê? Perdão, me distraí — respondi, arrancando uma risada dela.

— Minha avó perguntou se podemos cantar a música dela e do meu avô para o aniversário de casamento deles — explicou.

— Claro que sim! Qual é a música? — perguntei, curioso.

Mania de Você, da Rita Lee — disse ela, e senti meu coração apertar.

— Essa era a música preferida do meu pai — confessei, emocionado.

Ela sorriu, se aproximando para me abraçar.
— Tudo bem se não quiser tocar — disse a avó de Anny, compreensiva.

— Vai ser um prazer — respondi com sinceridade.

A avó sorriu, animada.
— Ótimo! Vamos arrumar tudo, já está quase na hora.

Fomos ajudar com os preparativos. Arrumamos a mesa, caprichando nos detalhes com comida e bebida. Depois, seguimos para a sala de música para ensaiar.

— Sua voz é perfeita — elogiou Anny depois de uma tentativa.

Sorri.
— E a sua é surreal.

— Acho que já está bom. Vamos nos arrumar? — sugeriu ela. Concordei com um aceno e nos despedimos por um tempo.

De volta à minha casa, encontrei minha mãe no sofá, ainda de uniforme. Ela teve uma semana agitada no hospital. Aproximei-me e fiz um carinho em seu rosto.
— Mãe — chamei suavemente.

Ela abriu os olhos, sonolenta.
— Oi, filho. Que horas são?

— Ainda está cedo, mas é melhor você se arrumar. Vamos jantar na casa da Anny hoje — avisei.

Minha mãe assentiu, levantando-se devagar para subir e se preparar.

Enquanto isso, fui para o meu quarto, tomei um banho demorado e deixei meus pensamentos vagarem. Desde que me mudei para cá, minha vida mudou completamente. Nunca fui tão feliz.

Mudanças - Meu Novo VizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora