Vinte e sete | Rama de la familia

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Dile al tiempo que perdone
A los años que demoren
Que los meses tengan 30 día' de más
Necesito otro siglo
Una píldora de olvido
Algo útil que me ayude a borrar

Hilito - Romeo Santos

Jung Hoseok ★

    Eu ainda não sabia como digerir a noite passada. Eu definitivamente não esperava ouvir Taehyung dizer que me amava. Principalmente porque ele nunca disse. Nunca. Nem sequer de brincadeira. Aquelas três palavras nunca soaram tão cansativas para mim como agora. Eu esperei tanto tempo da minha vida para ouvir ele dizer algo assim, e quando aconteceu, eu só consegui sentir raiva.

    Raiva por achar que era o momento errado. Raiva de saber que ele sempre teve a capacidade de dizer aquelas palavras. Raiva de saber que ele nunca as tinha dito por simplesmente não querer dizer. Raiva das desculpas que ele deu, porque para ele era simplesmente impossível confessar que queria dizer-las.

    Não estou dizendo que me arrependi do que fizemos naquela tarde. Muito menos dizendo que não gostei do que aconteceu. Eu gostei. Pra caralho! Mas eu tinha esquecido o quanto era bom ter o corpo dele para mim. Como era bom sentir sua pele contra a minha. Sentir suas mãos passando pelo meu corpo. Ouvir os sons que saiam de sua boca quase que de forma incontrolável. Ouvir como meu nome parecia tão impuro quando saia arrastado de seus lábios vermelhos.

    A cama para nós dois sempre foi um paraíso e uma zona de guerra. Já que antigamente era a forma que a gente conseguia extravasar nossa raiva, demostrar nossa adoração, esquecer nossos sentimentos mais confusos. E pelo visto nada mudou, já que foi exatamente isso que aconteceu. Uma forma conturbada de lidar com nossos problemas, já que era mais fácil agir assim do que admitir que precisamos de ajuda.

    Eu nem desci para jantar naquele dia, fiquei no meu quarto remoendo aquelas palavras. E não só as palavras, mas toda a história entre nós dois. Todos esses anos em que eu fui insistente. Querendo algo que eu sabia que iria me trazer problemas. Querendo alguém que eu sabia que tinha uma bagagem. Continuando a persistir em um relacionamento que só era perfeito na minha cabeça.

     E aqui está a realidade: Eu pedi por tudo isso. Era exatamente como minha mãe tinha dito. Eu escolhi casar com Taehyung. E mesmo sabendo que ele não teve direito a escolha por minha causa, e mais ainda por causa de seus pais. Eu ainda sim, achei que isso daria certo. E hoje em dia eu não sei dizer se eu era ingênuo demais, ou se eu era louco. Ou talvez eu realmente fosse uma pessoa ruim. Talvez eu não fosse diferente de Taehyung.

     Eu consegui o que eu queria. Eu tenho ele. Mas isso está nos fazendo bem? Não. Esse casamento todo começou errado, e sinceramente eu não vejo uma saída para ele. Não sei mais se no futuro isso dará certo. Nosso casamento está destinado a terminar como começou: contra nossa vontade.

    Até porque seria mentira se eu viesse dizer que quero me separar de Taehyung. Que eu conseguiria viver minha vida feliz longe dele. Minha vida seria infeliz longe daquela pele bronzeada e daquela mente perturbada. E eu acho que era justamente isso que deixava as coisas difíceis. Eu amo ele.

     As coisas seriam bem mais fáceis se eu simplesmente não sentisse mais nada. Se ele não sentisse mais nada. Mas nosso problema nunca foi a falta de sentimento, e sim a quantidade de sentimentos. Nós dois somos impulsivos, e controladores natos. Quando sentimos algo, sentimos demais. Uma pequena gota de água pode ser o estopim para que tudo transborde e vire um completo e bagunçado caos.

El Imitador - KTH × JHSOnde histórias criam vida. Descubra agora