O dia estava ensolarado quando Max finalmente chegou à fazenda. O vento soprava suavemente, trazendo o aroma familiar da terra e do pasto. Ele parou em frente à grande casa, admirando a arquitetura antiga que sempre o acolheu. O coração batia forte em seu peito, enquanto ele retirava a mala do porta-malas. Era uma mala simples, de couro desgastado, mas cheia de memórias e sonhos.
Max vestia uma camisa de flanela xadrez, as mangas enroladas até os cotovelos, e uma calça jeans que já havia visto dias melhores. Seus cabelos estavam bagunçados pelo vento, e ele rapidamente os ajeitou antes de se dirigir à porta. Ao caminhar, uma sensação de nostalgia o envolveu, lembrando-se das muitas vezes em que corria por aqueles campos com Jade e os outros amigos da infância.
Ele hesitou na porta por um instante, ouvindo os sons da fazenda: o mugido das vacas, o piar dos pássaros e, ao longe, as risadas de seus pais. Uma parte dele desejava entrar e ser recebido com abraços calorosos, mas outra parte estava nervosa, temendo a reação de Fred.
Com um profundo suspiro, ele bateu na porta. Clara foi a primeira a abrir, e seu rosto iluminou-se ao vê-lo.
— Max! — Ela exclamou, lançando-se em um abraço apertado. O calor do corpo dela fez Max sentir-se em casa, mas ele se sentiu um pouco distante, como se estivesse observando a cena de fora.
— Oi, mãe. — Ele respondeu, tentando manter a voz firme.
Fred surgiu logo atrás, seus olhos brilhando com emoção.
— Max! Meu filho! — Ele disse, estendendo os braços. O abraço foi forte e cheio de amor, mas Max sentiu a pressão das expectativas do pai.
Assim que entraram na casa, Max olhou ao redor. As paredes ainda estavam decoradas com as fotos de família, e o cheiro de pão fresco assado na cozinha o fez sentir falta da rotina familiar. Clara logo começou a preparar algo, enquanto Fred tentava disfarçar sua ansiedade.
— Como foi a viagem? — Fred perguntou, tentando manter a conversa leve.
— Foi tranquila. — Max respondeu, ainda tentando encontrar as palavras certas. Ele não queria entrar em detalhes sobre seus sentimentos confusos.
Max observou os móveis e os quadros que pareciam contar histórias de tempos passados. Ele notou a mesa de jantar, onde tantas refeições em família foram compartilhadas, e uma sensação de nostalgia tomou conta dele.
— E a faculdade? — Fred perguntou, a expectativa crescendo na voz.
— Eu me formei, pai. — Max disse, finalmente. — Sou veterinário agora.
Um silêncio pairou na sala. A expressão de Fred misturou orgulho e apreensão.
— Então, você vai trabalhar aqui? — Ele indagou, com esperança.
— Na verdade, estou apenas de passagem. — Max respondeu, a hesitação pesando em suas palavras. Ele tentou esconder a decepção em seu rosto, mas sabia que era difícil.
— O que você quer dizer com "apenas de passagem"? — Fred questionou, sua voz se elevando.
— Eu tenho alguns planos na cidade... — Max tentou explicar, mas as palavras não saíram tão bem quanto ele gostaria.
Fred franziu a testa, e Clara entrou na conversa.
— Você pode ficar aqui, Max. A fazenda sempre será sua casa. — Ela disse suavemente, desejando que o filho sentisse o acolhimento que a casa oferecia.
Max sentiu o peso das expectativas em seus ombros. Ele não queria desapontar seus pais, mas também não queria viver sob a sombra das decisões de Fred.