Capítulo 7: Sob a Tempestade

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O vento uivava pela fazenda enquanto a tempestade se aproximava, e as nuvens escuras se acumulavam no horizonte. Max, Cleiton e Cristiane estavam no estábulo, cuidando das vacas e conferindo as que precisavam de atenção, quando um grito distante chamou a atenção de todos.

— Max! Cleiton! — A voz de Jade ecoou pela ventania, o desespero evidente em seu tom.

Max olhou para Cleiton e ambos saíram correndo na direção da voz de Jade. Ao se aproximarem, o cenário era caótico. Uma das vacas grávidas havia caído, suas pernas presas entre algumas raízes enquanto lutava para se levantar. Jade já estava ao lado da vaca, os olhos arregalados de preocupação enquanto tentava ver se o bezerro ainda estava vivo.

— Precisamos tirá-la daqui, rápido! — Jade exclamou, a voz cheia de urgência.

Max se ajoelhou ao lado da vaca, sua mente funcionando a mil. O bezerro ainda não havia nascido, mas o parto estava complicado. Se não fizessem algo imediatamente, perderiam tanto a mãe quanto o filhote.

— Cleiton, traga o gancho e as cordas! — Max ordenou enquanto colocava as mãos na barriga da vaca, tentando sentir algum movimento. A respiração da vaca era fraca, os olhos dela já pareciam sem vida.

Cleiton voltou correndo com as cordas, e Max rapidamente começou a amarrá-las nas patas traseiras da vaca para tentar erguê-la. Mas logo percebeu que o gancho que tinham não estava forte o suficiente para suportar o peso.

— O gancho não vai aguentar! — Max exclamou, sentindo o desespero começar a tomar conta. Ele olhou para Jade, que já estava preparando outra corda, determinada a fazer algo.

— Eu vou! — Jade gritou, pegando uma das cordas e se aproximando do bezerro, tentando puxá-lo para fora. Sua determinação a cegava para o perigo que corria.

— Jade, não! — Max gritou, vendo que a vaca poderia cair a qualquer momento. Mas era tarde demais.

Jade se aproximou do filhote, tentando livrá-lo da posição precária. Seus braços estavam encharcados, seus cabelos molhados pela chuva que começava a cair, e a situação estava cada vez mais arriscada. Max se moveu rapidamente em direção a ela, puxando-a para trás antes que a vaca caísse de vez.

— Você vai se machucar! — Max gritou, segurando-a com firmeza. — Não posso deixar você fazer isso sozinha!

— Eu não vou desistir! — Jade respondeu, os olhos dela fixos no bezerro, agora parcialmente livre. — Ele está se mexendo, Max! Ele está vivo!

Por um momento, o tempo pareceu parar. Max olhou nos olhos de Jade, vendo a intensidade e o fogo que brilhavam ali. Ela estava disposta a arriscar tudo para salvar aquele bezerro, e isso o atingiu como um raio. Ele não conseguia mais negar o quanto ela era importante para ele. Seu coração acelerou, não só pela situação, mas pela presença dela ao seu lado.

Juntos, eles voltaram a focar no bezerro. Max se agachou ao lado de Jade, usando sua força para ajudar a puxá-lo para fora. O suor misturado à chuva escorria pelo rosto de ambos, seus braços e mãos trabalhando em sincronia, cada segundo contava.

Finalmente, após um último puxão, o bezerro foi libertado. O pequeno animal caiu no chão, ainda fraco, mas vivo. Max e Jade se afastaram por um momento, ofegantes, encarando o filhote que começava a respirar.

— Conseguimos! — Jade exclamou, aliviada, com um sorriso que iluminou todo o seu rosto.

Max, ainda recuperando o fôlego, observou Jade por um momento. O cabelo dela grudado no rosto, o sorriso triunfante e as bochechas coradas pelo esforço faziam seu coração bater mais rápido. Ele percebeu o quão corajosa e incrível ela era, mas antes que pudesse dizer algo, Cleiton se aproximou correndo.

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