Com o aniversário de Jade se aproximando, a fazenda inteira estava em clima de preparação. A festa sempre era grandiosa, já que Jade era a única herdeira da família, e seus pais faziam questão de comemorar em grande estilo. No entanto, Max estava inquieto. Ele não sabia o que dar de presente a Jade, alguém que ele conhecia tão bem, mas ainda assim, queria surpreendê-la de alguma forma especial.
Enquanto a fazenda se enfeitava para a grande celebração, os parentes começaram a chegar. A presença da tia Valéria, seu filho Cristian e sua filha Pamela, no entanto, sempre trazia um ar pesado. Eles eram da cidade e, toda vez que vinham, agiam como se fossem superiores, desprezando a vida na fazenda e os amigos de Jade.
Certo dia, Jade, Max, Cristiane, Patrícia e Cleiton estavam fazendo um piquenique ao ar livre, brincando de um jogo de tabuleiro e aproveitando o tempo juntos. Apesar do clima que ameaçava chover, eles se divertiam com muitas risadas. No entanto, a chegada dos primos mudou completamente o ambiente. Cristian e Pamela, com a habitual arrogância, se aproximaram com ares de superioridade.
— Vocês ainda brincam com isso? — Pamela disse, com um olhar altivo. Ela olhava com desdém para o grupo e para o jogo, como se fosse algo infantil demais para sua sofisticação urbana.
Cristian não ficou para trás, dando risada de maneira debochada. — Não sabia que por aqui as pessoas ainda brincavam assim. Isso é tão... do interior. — Ele falava em um tom de desprezo, claramente subestimando os amigos de Jade.
O ambiente leve e alegre foi rapidamente se tornando desconfortável. Max cruzou os braços, visivelmente irritado, mas manteve-se em silêncio. Cristiane desviou o olhar, tentando não alimentar a tensão, enquanto Patrícia apertava os punhos, pronta para responder, mas decidiu se controlar.
— O que vocês querem? — Jade perguntou, já acostumada com o comportamento arrogante dos primos, mas ainda tentando manter a compostura.
— Seus pais estão chamando você. — Pamela respondeu, lançando um olhar de cima a baixo para Jade, como se quisesse avaliar se a prima "pertencia" ao grupo com quem estava.
— Vocês deveriam aprender com a cidade. Talvez um dia saiam dessa vida simples.
Max, que até então estava quieto, não conseguiu mais se segurar. — Cristian, você fala como se a vida na cidade fosse a única maneira de ser alguém. Talvez você devesse passar mais tempo aqui e aprender o que significa trabalho de verdade.
As palavras de Max acenderam a faísca que faltava. Pamela e Cristian riram, mas antes que a discussão aumentasse, Jade interveio.
— Chega! — disse Jade, sua voz firme e decidida. — Ninguém aqui está interessado no que vocês pensam.
A postura de Jade surpreendeu a todos. Pamela e Cristian trocaram olhares, sem saber como reagir àquela firmeza. Vendo que não conseguiriam continuar provocando sem serem confrontados, eles preferiram recuar.
— Vamos, Cristian. — Pamela disse com um leve revirar de olhos, puxando o primo para longe do grupo.
No caminho até a casa grande, Pamela continuava com seu tom de superioridade. — Você não deveria passar tanto tempo com esse tipo de gente, Jade. Eles são... — ela fez uma pausa, procurando as palavras certas para provocar — simples demais para você.
Jade tentou ignorar, mas a provocação a incomodava. Ela sabia que seus amigos eram leais e honestos, e as palavras dos primos não refletiam quem eles eram de verdade. Quando chegaram à casa grande, Jade respirou fundo, pronta para tentar manter a paz.
Ao chegar na casa, Jade descobriu que sua mãe, Julieta, havia convidado Pamela para ajudar na organização de sua festa de aniversário. A ideia era dar um toque mais moderno à celebração, algo mais "urbano", segundo Julieta, como uma forma de impressionar os parentes da cidade.