Os dias haviam passado numa rotina intensa, mas com a temporada de colheita das goiabas encerrada, o clima na fazenda estava começando a relaxar. Jade finalmente tinha mais tempo livre, e aproveitava para descansar um pouco e ajudar em tarefas menores, como alimentar os bezerros. Enquanto caminhava pelo pátio, avistou Max e Cristiane próximos à horta, conversando e rindo descontraidamente. Max parecia relaxado, com um sorriso fácil no rosto, o que a fez sentir um leve desconforto no peito.
Jade franziu o cenho. Nunca havia sentido nada assim antes. Ela tentou ignorar, mas a imagem de Max rindo com Cristiane não saía de sua cabeça. Algo nela não estava certo, mas ela não conseguia entender o porquê.
Ao mesmo tempo, Max tinha ouvido, de forma atravessada, os boatos que circulavam pela fazenda. Os trabalhadores comentavam que Jade estava "saindo" com o assistente de cozinha, Antônio. Max ficou furioso assim que o boato chegou aos seus ouvidos. A ideia de Jade com outro homem, ainda mais alguém da fazenda, o deixou inquieto. Ele sabia que Antônio sempre demonstrava um interesse sutil por Jade, mas até então, nunca havia dado importância para isso. Agora, porém, sua cabeça estava um turbilhão de ciúmes.
Enquanto Cristiane falava sobre os planos dela para o futuro, Max, distraído, avistou Jade ao longe. Seu coração deu um salto. Ela parecia estar indo em direção ao riacho. Ele pediu licença a Cristiane rapidamente e saiu em disparada atrás de Jade, sentindo seu sangue ferver. Precisava de uma explicação.
— Jade! — ele gritou, quando a alcançou, perto da pequena ponte que levava ao riacho.
Ela se virou, surpresa ao ver Max vindo em sua direção com uma expressão fechada. Max nunca parecia bravo com ela, mas algo estava diferente hoje. Ele estava com os punhos cerrados e os olhos cheios de tensão.
— O que foi agora, Max? — ela perguntou, cruzando os braços, já impaciente com o jeito dele.
Max parou, respirando fundo para controlar o impulso de gritar.
— Eu quero saber o que está acontecendo entre você e aquele assistente da cozinha, o Antônio. Você está saindo com ele? — a voz de Max saiu mais dura do que ele planejava, mas a raiva o consumia.
Jade piscou, confusa, antes de soltar uma risada incrédula.
— O quê? De onde você tirou essa ideia, Max? Eu e o Antônio? Isso é ridículo!
Max avançou mais um passo, sua frustração aumentando a cada segundo.
— Ridículo? Eu ouvi as pessoas comentando, Jade. Metade da fazenda está dizendo que vocês dois estão juntos! Como você pode nem se importar com isso?
Jade sentiu seu rosto queimar, mas não era por vergonha, e sim por raiva.
— Eu não tenho ideia de onde isso veio, Max, e, sinceramente, não me importa o que as pessoas estão falando! — ela deu um passo à frente, encarando-o. — Mas e você? Fica aí todo risonho com a Cristiane, como se nada mais importasse!
Max franziu a testa, surpreso com a resposta dela.
— Cristiane? O que ela tem a ver com isso? — ele perguntou, a confusão misturada com a irritação. — Ela é minha amiga! Você está sendo ridícula!
— Eu sou ridícula? — Jade ergueu a voz, sua paciência se esgotando. — Você é o idiota que veio me acusar de algo que nem tem fundamento! E, além disso, fica aí rindo e se divertindo com ela enquanto... — Jade parou de falar, suas palavras morrendo em sua garganta, sem querer admitir para si mesma o que estava sentindo.
Max, irritado e confuso, explodiu de vez.
— Enquanto o quê, Jade? Está com ciúmes? É isso? Você acha que pode fazer o que quiser, mas quando eu estou falando com uma amiga, você tem o direito de ficar irritada? Não sou eu quem está flertando com qualquer um que aparece!