Max estava concentrado em seu trabalho, organizando as ferramentas e inspecionando os animais na fazenda. O dia estava sendo cansativo, mas ele se sentia produtivo. Quando Jade apareceu, seu rosto iluminou-se com a energia juvenil que a caracterizava.
— Max! — chamou Jade, com um sorriso. — Vamos fazer um piquenique!
Ele parou por um momento, olhando para ela, antes de responder com uma expressão irritada.
— Jade, eu sou um funcionário. Nem todo mundo tem uma vida de princesa como você. Você precisa cair na real.
O sorriso dela se desfez, e Jade ficou confusa.
— Credo, Max! Você sempre trabalha e nunca falou assim comigo.
Max respirou fundo, tentando manter a calma, mas a frustração transpareceu em sua voz.
— Estou cansado de você achar que tudo é brincadeira! Acorda, Jade! Não somos mais crianças, somos adultos. A festa do pêssego foi legal, mas acabou.
Ela franziu a testa, sentindo-se atacada.
— Eu só queria passar um tempo com você...
— Você não entende! — Max interrompeu, sua voz agora mais baixa, mas firme. — Você vive aqui sem responsabilidades, enquanto eu tenho que trabalhar duro. Cristiane, Cleiton, Patrícia... todos têm seus compromissos. E você? O que faz além de se divertir?
Jade sentiu uma dor no peito ao ouvir suas palavras, como se cada uma delas fosse uma punhalada.
— Eu... eu estou fazendo o melhor que posso! — Ela protestou, a voz trêmula.
— Melhor em quê? Em nada? — Max disparou, sem perceber o impacto de suas palavras.
A frustração tomou conta dela, e, em um impulso, Jade sentiu as lágrimas escorrendo pelo rosto. Sem dizer mais nada, ela virou as costas e saiu correndo, sentindo o coração partido.
Max ficou parado, o olhar fixo no chão, percebendo que havia ido longe demais. Ele queria que Jade entendesse a realidade que ele enfrentava, mas agora a única coisa que ele sentia era um vazio, um arrependimento crescente por ter sido tão duro com ela.
Claudio estava na oficina da fazenda, consertando uma cerca quando ouviu a discussão entre Max e Jade. As palavras de Max ecoavam em sua mente, e ele parou, sentindo um aperto no coração. Ele sabia que Jade tinha um jeito leve e despreocupado de ver o mundo, mas também entendia que a vida não era tão simples, especialmente para alguém como Max, que carregava o peso das responsabilidades.
Assim que Jade saiu correndo, Claudio se aproximou de Max, que ainda estava absorto em seus pensamentos, batendo o pé no chão, como se tentasse chutar a frustração para longe.
— Max. — Claudio chamou, a voz baixa, mas firme.
Max olhou para cima, e o peso da culpa e do arrependimento estava visível em seu rosto.
— O que você acha que fez? — Claudio perguntou, cruzando os braços. — Você magoou a Jade.
— Eu... eu só queria que ela entendesse. Não é fácil para mim. — Max respondeu, sua voz cheia de auto-reprovação.
Claudio suspirou, percebendo que o garoto estava mais angustiado do que realmente parecia. Ele se aproximou um pouco mais e disse:
— Olha, Max, eu sei que a vida pode ser difícil e que você tem suas preocupações, mas a Jade não tem culpa disso. Ela é uma garota. Ela precisa de apoio, não de críticas.
Max se encostou em uma das balanças da fazenda, olhando para o chão.
— Eu só não sei como lidar com isso. Eu me preocupo com ela, mas às vezes parece que tudo que faço é piorar a situação.