Capítulo 9: Limites e Descobertas

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Nos dias que se seguiram à decisão de Nunew e Zee, a tensão no escritório parecia ter diminuído, mas a complexidade de seus sentimentos permanecia presente em cada olhar e cada gesto. Nunew estava determinado a manter a nova dinâmica sob controle, mas o desejo que pulsava entre eles era difícil de ignorar.

A rotina no trabalho havia voltado a uma certa normalidade, mas com um novo subtexto. Nunew se esforçava para ser o assistente ideal, e Zee tentava manter sua postura de chefe. No entanto, havia momentos em que as palavras pareciam falhar, e um único olhar ou um toque sutil despertavam uma onda de emoções que os dois tentavam suprimir.

Numa tarde ensolarada, enquanto estavam ocupados com suas tarefas, Zee chamou Nunew para sua sala.

— Nunew, preciso que você me ajude com uma apresentação que vou fazer na próxima semana — disse Zee, a voz firme como sempre, mas havia uma leveza em seu tom que Nunew não pôde ignorar.

— Claro, senhor. Do que você precisa? — respondeu Nunew, tentando manter o foco.

Zee olhou para ele por um momento, como se estivesse avaliando a situação. Havia um brilho em seus olhos que falava mais do que suas palavras.

— Eu gostaria de que você me ajudasse a organizar os pontos principais e a desenvolver um resumo. Você sabe como fazer isso melhor do que ninguém.

A expressão de Zee era séria, mas havia uma emoção escondida por trás de suas palavras. Nunew sentiu seu coração acelerar, sabendo que esse era um momento que poderia se transformar em algo mais.

— Posso começar agora mesmo. — Nunew sorriu, pegando seu bloco de anotações. — Vamos trabalhar juntos.

Zee se inclinou para frente, seus olhos intensos focados em Nunew. A proximidade fez o estômago de Nunew se revirar, mas ele se esforçou para se concentrar na tarefa.

Enquanto discutiam os pontos da apresentação, a tensão entre eles era palpável. Zee estava a um passo de se perder em seus sentimentos, mas se mantinha firme, como se houvesse uma barreira invisível que o impedia de cruzar aquela linha novamente. Nunew, por outro lado, estava ansioso para descobrir até onde podiam ir.

— Acho que você deve começar a apresentação com uma história pessoal — sugeriu Nunew, gesticulando enquanto falava. — Isso ajudará a engajar o público.

Zee inclinou a cabeça, pensativo.

— Você está certo. Uma história pessoal pode criar uma conexão emocional — concordou, e então, num momento de impulsividade, ele acrescentou: — Como você se sentiria se eu usasse uma história nossa?

Nunew ficou surpreso com a proposta, sua respiração falhando por um segundo.

— Uma história nossa? — ele repetiu, o coração batendo mais rápido. — Você quer dizer... sobre nós?

Zee hesitou, e a expressão em seu rosto se tornou mais séria.

— Quero dizer, sobre a conexão que temos. O que está acontecendo entre nós é real, e isso pode ser poderoso se compartilhado.

Nunew sentiu uma onda de emoção. Ele sabia que o que sentiam era único, mas era um passo ousado compartilhar isso publicamente, mesmo que de forma sutil.

— Isso pode ser um risco, Zee — disse Nunew, sua voz baixa. — E se as pessoas perceberem?

Zee respirou fundo, parecendo ponderar as implicações.

— Sim, é um risco. Mas também pode ser libertador. Podemos mostrar ao mundo que somos mais do que apenas chefe e assistente.

Nunew olhou para Zee, sentindo o peso de suas palavras. Ele estava certo; havia algo poderoso na conexão deles, e talvez compartilhar isso fosse uma forma de se libertar das amarras que os mantinham presos.

Sob o Mesmo Teto: Entre Segredos e DesejosOnde histórias criam vida. Descubra agora