L Lawliet

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Light acordou ofegante, com os últimos vestígios do sonho ainda pairando em sua mente. O quarto em que estava confinado há quase quatro meses era abafado e sem vida. A pequena janela coberta por cortinas grossas deixava passar apenas uma luz fraca, quase morta, como ele próprio começava a se sentir. A perna ferida já não doía tanto, mas sua saúde física se deteriorava lentamente; ele estava mais magro, pálido e enfraquecido. L o mantinha em um regime de confinamento rigoroso, um inferno calculado. No entanto, o maior tormento de Light não vinha do ambiente em que estava preso, mas das lembranças que o visitavam em seus sonhos.

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Era uma noite tranquila. A luz fraca da lâmpada no quarto dos meninos criava sombras dançantes nas paredes, enquanto o vento lá fora sussurrava histórias antigas. No meio de quatro colchões alinhados no chão, Light, o mais velho, com seus seis anos de idade, estava sentado com as pernas cruzadas e um livro grosso em mãos. Seus olhos brilhavam de excitação enquanto abria a primeira página do livro de Sherlock Holmes que tanto amava.

Mattie, o garotinho de cinco anos com cabelos pretos, estava deitado de barriga para baixo, os cotovelos apoiados no colchão, e os olhos verdes fixos em Light. Mike e Nate, de apenas quatro anos, estavam de um lado e do outro de Mattie, sentados com as pernas cruzadas e olhos curiosos. Mike, com seus cabelos loiros, segurava um travesseiro no colo, enquanto Nate, o albino, brincava distraidamente com a barra de sua camisa.

Light pigarreou, um pequeno sorriso brincando em seus lábios. "Essa história, meninos, é sobre um dos maiores detetives de todos os tempos. Alguém que pode resolver qualquer mistério, não importa o quão difícil seja." Ele olhou para os três, certificando-se de que tinha a atenção de todos.

"Como você, Light?" perguntou Nate, os olhos azuis brilhando de admiração.

Light sorriu e deu de ombros. "Eu ainda tenho muito o que aprender. Mas quem sabe um dia?"

Mike inclinou a cabeça para o lado, curioso. "Como ele faz isso? Como ele descobre tudo?"

"Ele observa," respondeu Light, abrindo o livro e começando a ler a primeira frase. "Ele presta atenção nas coisas que as outras pessoas ignoram. Como... a forma como alguém amarra os sapatos ou a cor da terra nas botas de um homem."

Mattie franziu o cenho, absorvendo cada palavra. "Então ele é inteligente porque... vê coisas que ninguém mais vê?"

Exatamente," respondeu Light, com uma piscadela. "Ele vê o mundo de um jeito diferente."

O loiro e o albino se entre olharam, com um brilho de fascinação nos olhos. Mike interrompeu, empolgado. "Eu quero ser assim! Quero ver o que ninguém mais vê!"

" Você já vê," respondeu Light, com um sorriso caloroso. "Todos nós temos essa capacidade. Só precisamos praticar."

Nate sorriu, acenando com a cabeça. "Eu quero praticar também."

Light deu uma risada suave, voltando a olhar para o livro. "Então vamos começar. Essa é a primeira aventura do grande detetive Sherlock Holmes."

           ***

Mello acordou de súbito, o peito subindo e descendo rapidamente. Seus olhos azuis vasculharam o ambiente, a mente tentando desesperadamente processar onde estava. O quarto era pequeno, com paredes de concreto sem janelas. Um abajur no canto oferecia uma iluminação fraca, criando sombras nas paredes. Ele não reconhecia aquele lugar. O cheiro de mofo e tinta barata se misturava com o ar abafado.

— Que diabos... — ele murmurou, levando a mão à cabeça, ainda zonzo.

A última coisa que lembrava era o vulto encapuzado que invadiu seu quarto no orfanato Wammy’s House. Ele reagiu, claro, mas quem quer que fosse, era mais rápido, mais forte.

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⏰ Última atualização: 6 hours ago ⏰

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Death note- The secrets of  The Yagami - LawligthOnde histórias criam vida. Descubra agora