Ele quer ser eu - Henrique & Juliano ▶️ (Não revisado**)
"Você vive me procurando nele
E hoje está com ele
Sua cabeça está em outro lugar
Até o seu sorriso é de mentira
Olha que ironia, você tá querendo me comparar""Eu fico imaginando vocês dois, mas eu duvido
Duvido que ele te amou mais do que eu te amei
Ele também usa preto
Tem os meus defeitos
Gosta de cabelo cacheado
Sei que ele quer ser eu
Ele é quase eu
Mas não é ele quem você quer ter do lado"Júlia POV
O dia da visita de Lucas finalmente chegou. Acordei cedo, com a expectativa e a ansiedade fervilhando dentro de mim. O sol brilhava através das janelas, e eu estava decidida a fazer o melhor para que ele se sentisse à vontade na minha casa e, mais importante, com minha família.
Depois de um rápido café da manhã, enquanto minha mãe preparava os últimos detalhes na cozinha, meu pai estava na varanda, ajustando alguns detalhes no jardim. Eu me peguei pensando em como tudo seria diferente se S/n estivesse aqui. Ela sempre tinha um jeito especial de se conectar com todos, até mesmo com meu pai. O simples fato de ela não estar aqui tornava tudo mais tenso.
— Você está nervosa? — minha mãe perguntou, interrompendo meus pensamentos.
— Um pouco — confessei, olhando para o relógio. — Ele deve chegar a qualquer momento.
— Não se preocupe, querida. É apenas uma visita, e ele é seu namorado. Apenas faça-o sentir-se em casa — ela sorriu, tentando me encorajar.
— Ele ainda não me pediu em namoro mãe, mas acho que depois disso vai ser mais um passo perto de realmente firmar um relacionamento com ele— Enquanto esperávamos, o som de um carro se aproximando fez meu coração disparar não sabia explicar o porquê, talvez nervosismo. Olhei pela janela e vi Lucas saindo do carro, um sorriso nervoso no rosto, mas claramente animado. Eu me senti um misto de orgulho e nervosismo. Ele estava tentando, e isso contava muito.
— Ele chegou! — gritei, e logo minha mãe estava ao meu lado, arrumando a blusa como se isso fosse ajudar.
Lucas entrou e logo foi recebido por um caloroso abraço da minha mãe.
— Olá, querido! É tão bom te ver! — ela disse, dando-lhe um beijo no rosto.
— Obrigado! É um prazer estar aqui, senhora — Lucas respondeu, seu sotaque argentino se destacando.Meu pai se aproximou, com um olhar avaliador. Eu podia sentir a tensão no ar, mas meu pai estava tentando ser simpático.
— Olá, Lucas! — ele disse, estendendo a mão. — Bem-vindo à nossa casa.
— Obrigado, senhor! — Lucas respondeu, um pouco hesitante. — Estou muito animado para conhecer a fazenda.
— Vamos lá, então! — meu pai exclamou, claramente entusiasmado em mostrar os arredores. Ele começou a levar Lucas para o quintal, onde havia um pequeno pomar. Eu os segui, sentindo o peso da expectativa.
Enquanto andávamos, meu pai falava sobre as árvores frutíferas e como ele havia trabalhado duro para cuidar do pomar. Lucas ouvia atentamente, mas a cada momento, eu podia perceber as pequenas distrações que o tiravam da conversa. Ele olhava em volta, como se estivesse tentando encontrar um ponto de conexão, e isso me deixava um pouco preocupada.
— E como está seu time de basquete?— meu pai perguntou, tentando puxar conversa.
— Ah, é tudo muito bom, eu estou bem focado em me tornar o melhor — Lucas respondeu, sua voz um pouco hesitante. Um silêncio incômodo se instalou, e eu percebi a mudança de expressão no rosto de meu pai. Ele não estava tão convencido de que Lucas tinha o que era necessário para se integrar à nossa família.
— Ser o melhor é bom, claro — meu pai comentou, mas a frieza em sua voz era perceptível.
Depois de alguns minutos, decidimos voltar para dentro. Minha mãe havia preparado um almoço delicioso, e a mesa estava cheia de pratos típicos, o cheiro do frango assado misturado com os acompanhamentos caseiros fazia minha barriga roncar.
— Espero que você goste! Fiz tudo com muito carinho — minha mãe disse, sorrindo enquanto servia.
Lucas parecia impressionado, e logo ele começou a elogiar a comida. A tensão começou a se dissipar um pouco, mas logo percebi que, apesar de ele tentar se enturmar, havia algo que não se encaixava.
— Você já teve a oportunidade de ver uma fazenda como essa? — perguntei, tentando puxar conversa enquanto a comida era servida.
— Não, na verdade, cresci em um apartamento na cidade. É um pouco diferente — ele respondeu, um sorriso nervoso no rosto.
— Ah, mas você deve ter muitas histórias! — minha mãe interveio, tentando animar a conversa. — Você gosta de cozinhar?
— Um pouco — Lucas disse, mas logo se virou para mim. — Mas não sou tão bom quanto você, Júlia. Meu pai fez uma expressão de ceticismo.
— Se tem uma coisa que eu admiro em S/n é que ela sempre traz algo para agradar. Ela não só sabe cozinhar, mas sempre traz um presente. Aliás, você não trouxe nada? — ele perguntou, levantando uma sobrancelha.
— Ah, eu... Eu não sabia que era necessário — Lucas gaguejou, corando.A mesa ficou em silêncio, e eu me senti mal por ele. A comparação era inegável, e eu percebi que estava me tornando um peso para ele, que claramente se esforçava.
— Tudo bem, Lucas. O importante é que você está aqui agora — eu tentei mudar de assunto, mas a comparação ainda pairava no ar.
Depois do almoço, todos fomos para a sala de estar, onde começamos a conversar sobre as coisas da fazenda. Meu pai estava mais animado, contando histórias engraçadas, e Lucas tentava se juntar à conversa. A interação estava fluindo, mas eu ainda sentia que a sombra de S/n estava ali, como um padrão a ser seguido.
Enquanto isso, pensei em como a conexão entre meu pai e S/n era mais natural. Ele realmente gostava dela, e eu não poderia negar que, em seu coração, havia uma parte que ainda a preferia do que Lucas.
Mais tarde, à noite, enquanto Lucas se despedia, percebi que ele estava um pouco mais relaxado, mas ainda havia a tensão nas palavras do meu pai. O encontro havia sido um teste, e, mesmo que Lucas não tivesse falhado completamente, a comparação ainda estava ali, como uma sombra que não desapareceria tão cedo.
— Foi ótimo te conhecer, Lucas! — minha mãe disse, dando-lhe um abraço novamente.
— Obrigado, senhora. Espero que possamos nos encontrar mais vezes — Lucas respondeu, olhando para mim com esperança.
Eu sorri, mas em meu coração havia uma batalha entre o que era certo e o que meu pai esperava. Enquanto Lucas se afastava, eu não conseguia deixar de pensar em como tudo seria diferente se S/n estivesse aqui. A presença dela tinha o poder de transformar qualquer situação.
A noite caiu, e enquanto eu olhava pela janela, vi Lucas se afastando. Ele tinha suas qualidades, mas uma parte de mim se perguntava se ele seria o certo para mim. No fundo, o que eu realmente queria era a simplicidade e a conexão que eu tinha com S/n
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Mirrors - Júlia Kudiess|S/n Dias
FanficAren't you somethin', an original Cause it doesn't seem really as simple And I can't help but stare, cause I see truth somewhere in your eyes I can't ever change without you You reflect me, I love that about you And if I could, I Would look at us al...