Sorriso apagado.

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  Três crianças brincavam de pega-pega em um jardim. O garoto tentava pegar as duas meninas, e reclamava por não ter sucesso.
  Até que ambos são interrompidos por outra voz. Uma menina mais nova chama por eles na entrada da casa, para irem comer. O garoto corre sorrindo e a pegando no colo, enquanto todos entram.

—É inútil tentar alguma coisa, nesse nível aquela insolente já deve estar morta.—A voz de Snape me tirou de meus pensamentos.
—Mesmo que ela tenha sorte, ela ainda vai correr perigo quando chegarmos lá. Sendo bem sincero, considerando que ela nem deveria estar aqui, não imagino porque importaria se...—

—Importa, pois se ela morrer em uma realidade que não é dela, isso pode significar uma catástrofe desconhecida na linha do tempo. Tanto o dela quanto o nosso.—Eu me levantei massageando as têmporas.

—A senhorita Rosier tem razão. Não podemos deixar que isso aconteça. E não sabemos o que a menina pode estar passando.— Dumbledore disse, dando mais credibilidade para mim em relação a Snape.

  Snape saiu dali irritado com sua capa esvoaçante atrás de si.

  Eu sentia o peso da culpa me corroer por dentro. Meu maior desejo, é que ela entregue o núcleo dela de um vez, se isso fizer com que ela fique viva e bem. Mas, é improvável. Karol sabe minimamente a importância do poder dentro dele. Além de que a forma como pretendem tirar, não vai ser nada delicado e ela pode morrer no processo.

  Por favor, Karol. Feche a porra da boca, e faça o que eles mandam!

*****

Pov Karol.

  A dor me invadiu e eu sentia todos os meus músculos comprimindo e apertando meus órgãos internos. Era algo que eu nunca tinha sentido antes. Como se facas ardentes estivessem me perfurando ao mesmo tempo.

  Amaymon dizia algo e ria, mas eu nem mesmo consegui processar as palavras e o que elas significavam, eu estava ocupada gritando e me contorcendo buscando conforto no chão ou na parede, como se o frio deles pudessem amenizar a dor.

  Eu sentia que estava morrendo, mas continuava acordada. A agonia era intensa e não dava para entender porque eu ainda não tinha desmaiado de dor. Provavelmente, isso não deixava que meu corpo desligasse.

  Em algum momento sangue começou a escorrer do meu nariz e do topo da minha cabeça. Com um lapso de consciência eu percebi que estava batendo minha cabeça contra o chão e a parede atrás de mim tentando me fazer desmaiar. Eu só conseguia escutar meus gritos, não só os externos como os internos. Eu ouvia gritos de criança dentro da minha cabeça, gritos horríveis, agudos e ficando roucos de tão altos, que faziam minha cabeça doer e latejar, e eu não sabia se era dor física ou a mental.

  Comecei a sentir gosto de ferro na minha boca.
  Eu prendi a respiração querendo que isso resultasse na minha morte, mas quando a tortura parou derrepente eu voltei a respirar.

  Eu me virei e levantei um pouco minha cabeça, vomitando o resto das únicas refeições que eu tinha ingerido desde três dias. Minha visão ainda estava meio embasada, mas vi um vermelho entre meu vômito.

  Conseguia sentir meu rosto molhado e eu não sabia definir qual dos meus fluidos estavam causando essa sensação, lágrimas, suor ou sangue.

  Me deitei de novo e me encolhi voltando a chorar. Meu corpo doía e tremia com o fantasma do Crucio ainda sobre mim.

  Agora eu sabia com certeza, que sentia falta da minha casa. Do meu mundo. Eu preferia levar um ou dois tiros de novo do que enfrentar essa dor.

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⏰ Última atualização: a day ago ⏰

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