O começo do fim

1 0 0
                                    

O tapa de Takemichi foi o estopim que faltava. O impacto em meu rosto não era nada comparado ao impacto que isso teria nas gangues. Meus subordinados, que até então estavam mantendo a paz, se tornaram verdadeiras feras. Eles não precisavam de ordens para atacar, a raiva estava transbordando em seus olhares. Sem hesitar, avançaram contra os membros da Toman.

O caos tomou conta do galpão. Os gritos de guerra e os sons dos punhos acertando carne ecoavam, e a atmosfera de tensão explodiu em violência pura. Ninguém teve tempo para pensar, tudo foi instinto. Eu sabia que essa luta era muito mais que um simples confronto de gangues

Hiro, foi o primeiro a pegar um dos membros da Toman e, sem hesitar, o jogou contra a parede com uma força brutal. Outros seguiram seu exemplo, agarrando os mais fracos, imobilizando-os no chão. Não havia misericórdia, e os olhos de cada um deles brilhavam com a sede de vingança.

Eu mantinha meu olhar firme, vendo o que tinha começado. Mesmo sem dar a ordem, sentia a intensidade daquele momento. A batalha era muito mais que apenas um confronto físico. Eles atacavam com uma fúria que não podia ser contida, e em meio ao tumulto, algumas vidas foram tiradas.

Os membros da Toman tentavam resistir, mas estavam desorientados. Eles não esperavam tamanha agressividade. Mikey, Draken, Mitsuya, todos estavam envolvidos, mas mesmo com sua experiência, estavam em desvantagem numérica. Sabia que isso não ficaria sem consequência, mas não me importava. Não mais.

Foi então que Mikey veio até mim, visivelmente furioso e tentando manter a calma. "Sn, acabe com isso agora! Você está indo longe demais!" sua voz estava carregada de frustração, mas também de medo. Medo de que a situação ficasse fora de controle de vez.

Olhei para ele, o famoso "Invencível Mikey", agora à beira de perder tudo que construiu. Eu não estava mais disposta a ouvir apelos de paz. "Longe demais, Mikey? Você deveria ter controlado seu garoto antes de ele me atingir. Isso não é nada comparado ao que ele merece."

Ele se aproximou, tentando me segurar pelo braço, talvez acreditando que ainda tinha algum tipo de influência sobre mim. Mas a mulher que ele conhecia antes não existia mais. Eu me soltei violentamente, e nesse instante, algo mudou entre nós. A tensão estava tão palpável que poderia ser cortada com uma faca.

"Você não manda em mim, Mikey," murmurei, sentindo a raiva tomar conta. "Acha que só porque você é o invencível, pode controlar tudo e todos. Hoje, isso acaba."

Com um movimento rápido, parti para cima dele. Mikey estava preparado, mas eu estava movida por uma fúria que nem ele poderia prever. Nossas mãos se encontraram em um confronto feroz, golpes rápidos e brutais. Mikey bloqueou meu primeiro soco, mas não estava pronto para a intensidade do segundo. Nossas lutas anteriores sempre tinham sido mais contidas, mas agora, não havia mais espaço para contenção.

A luta parecia durar uma eternidade, cada golpe ecoando no galpão enquanto nossos subordinados se engalfinhavam ao redor. Eu sentia meus músculos queimarem de esforço, mas cada vez que Mikey me acertava, a dor me impulsionava a continuar. Havia algo a ser provado ali, e pela primeira vez, Mikey estava realmente em desvantagem.

Eu consegui acertar um soco em cheio em seu estômago, o suficiente para fazê-lo vacilar. Ele cambaleou para trás, respirando pesadamente. O "Invencível Mikey", agora vulnerável diante de mim. Olhei para ele com desdém, me preparando para o golpe final.

"Então é isso, Mikey? O grande líder da Toman... quase derrotado por uma mulher?" sorri, minha voz gotejando sarcasmo e raiva.

Ele me olhou de volta, ainda se recuperando do golpe, mas não havia mais aquele brilho de invencibilidade em seus olhos. Mikey sabia que, se continuasse, essa luta não terminaria bem para ele.

Foi nesse momento que Draken apareceu, correndo em direção a nós, interrompendo o que seria o golpe final. "Sn, para com isso! Isso não vai acabar bem pra ninguém!" ele gritou, colocando-se entre mim e Mikey.

A hesitação me pegou de surpresa. Eu poderia ter acabado ali, mas algo na voz de Draken me fez parar. Talvez fosse o respeito que ainda tinha por ele, pela amizade que tínhamos construído. Respirei fundo, recuando por um segundo.

"Isso ainda não acabou, Mikey," sussurrei, antes de dar as costas. "A Taishaku não será subestimada de novo."

Enquanto eu me afastava, senti a adrenalina começar a baixar, e as consequências daquele confronto começaram a se formar em minha mente. Mas, por enquanto, a mensagem estava dada. O reinado de Mikey e da Toman estava por um fio, e eles sabiam disso.

"Chega! Todos pra fora agora!" minha voz ecoou no galpão, carregada de autoridade. Meus subordinados, exaustos, mas ainda cheios de raiva, pararam de lutar e recuaram imediatamente. No meio do galpão, a cena era um caos. Corpos caídos, gemidos de dor e o ar pesado de tensão sufocavam o ambiente. O sangue manchava o chão, e os feridos tentavam se levantar enquanto outros permaneciam imóveis, derrotados. Eu observava enquanto cada um deles saía.

Mikey ainda estava lá, mal se mantendo em pé com a ajuda de Draken. Seus olhos, que antes brilhavam com confiança, agora revelavam uma sombra de incerteza. Ele sabia que seu tempo estava acabando

Caminhei em direção à porta, cada passo pesado, mas determinado. Meus punhos ainda tremiam da luta, e a dor que sentia em cada parte do meu corpo me lembrava do que eu havia acabado de fazer. Mas isso não importava. A Toman iria cair, e Mikey seria o primeiro a tombar.

"Isso não acabou, Mikey!" gritei enquanto atravessava a saída, sem olhar para trás. Sabia que ele ainda estava lá, ouvindo cada palavra. "Eu vou te caçar até o fim... E quando você cair, Draken será o próximo!"

O silêncio tomou conta do galpão quando a porta se fechou atrás de mim. A batalha estava longe de terminar, mas uma coisa era certa: a guerra havia começado.

Gangue Taishaku  - 𝚃𝚘𝚔𝚢𝚘 𝚛𝚎𝚟𝚎𝚗𝚐𝚎𝚛𝚜Onde histórias criam vida. Descubra agora