Culpa

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_Amor, se voce nao, se acalmar vai ter um colápso nervoso... eles devem estar bem...

_Nao! Nao estao.

Meu peito ardia, meu cérebro latejava, nao poderia mais continuar nessa festa. Preciso de um carro. Isso, um carro.

_Voce veio de carro?

_Sim, por que? - ele pergunta receoso.

Pego ele pelos braço e o arrasto para o estacionamento. Eu precisava ter certeza que nada tinha acontecido com eles... nao me perdoarei se algo acontecer.

_Me leve pra casa! - falo com a voz embargada de choro.

_Tá... tá. Mas se acalme princesa...

_Anda Douglas.

Falei nervosa e batendo a porta do carro. Ele respirou fundo e ligou o carro, ele estava tao tenso quanto eu.

Antes de chegar na metade do caminho, senti um golpe forte no peito e minha respiração ficou ofegante. Aih meu Deus...

_Tô com pressentimento ruim...

_Vira essa boca pra lá... - Douglas fala nervoso.

O caminho pra casa, passava por um morro, que ao seu pé, passava um rio... e foi descendo o morro que notamos um movimento estranho na pista.

Ao lado da ponte havia centenas de curiosos, junto com policiais e um corpo de bombeiros.

_Aih meu Deus! Sao eles Douglas.. sao eles. - comecei a gritar e Douglas parou o carro atordoado.

Desci do carro e fui correndo em direção ao tumulto. Tentei me infiltrar no meio, mas eles nao me deixavam passar. Comecei a chorar igual criança.

Me enfiei no meio deles, comecei a empurrá-los desesperada.

_Saiam da frente..... me deixem passar....

Eu tentava gritar, mas minha voz era abafada no meio da multidao. Com muito custo, consegui alcançar a margem do rio e minha vista embaçou quando vi um policial apontando um farolete para um Ônix vermelho.

Nãaaaaaaao!

Me joguei de joelhos no chao e deixei as lágrimas caírem, Douglas se jogou de joelhos no chao e me abraçou.

_Tenha fé...

Eu nao conseguia ouvir e nem assimilar mais nada ao meu redor... logo fui destraída pelo barulho de ambulancia chegando no local. Pessoas vestidas de branco, começaram a correr em direção do carro capotado dentro do rio.

Meus olhos acompanhavam tudo, mas nao conseguia me mexer, estava imóvel, em choque.

Mas quando vi o corpo da minha mãe sendo colocado dentro de um saco preto... Nossa... sai correndo em sua direçao, ignorando todos os avisos de pare, que os policiais davam.

_É minha mãe... por favor, é minha mãe. - implorei para que me deixassem vê-la quando um policial me segurou.

_Sinto muito... mas é melhor você nao ver. - uma enfermeira falou.

_É minha mae, e eu quero vê-la. Pelo amor de Deus... me deixem ficar com ela, quero falar com ela.

Os enfermeiros se entre olharam e Douglas me abraçou por trás.

_Sei que é difícil moça, mas sua mãe esta morta.

_NAO! - Gritei me jogando no chao e Douglas me segurou.

_amor.. eu to aqui... eu to aqui. Voce vai ficar bem.

_Nao! Minha mãe.. ela morreu e eu sou culpada. - falo chorando.

_Nao diga isso pequena, voce nao teve culpa.

Ainda abraçada com o Douglas, vejo o corpo do meu pai sendo levado numa máka. Me aproximo e olho para a enfermeira.

_Ele... também... ? - nao consegui falar por causa do choro. Mas a enfermeira entendeu o que eu quis dizer.

_Nãoo. Ele ainda está vivo e vamos tentar salvá-lo.

O Segredo de Yasmin SwliverOnde histórias criam vida. Descubra agora