A filha de um dos maiores traficantes de Los Angeles, da noite para o dia se viu na obrigação de se tornar uma pessoa fria e calculista para tomar a frente dos negócios do pai, que sumiu do mapa deixando apenas uma carta para trás. Tendo que deixar...
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Acordei sentindo minha cabeça pesando uma tonelada, meu corpo todo estava mole e dormente, minhas pernas estavam fracas e meus braços não tinham força suficiente para sustentar o peso do meu corpo.
- droga! — literalmente.
Tentei me levantar mais uma vez, mas foi inútil, me deixei cair jogada na cama novamente, deitando meu rosto de lado no travesseiro.
Desisti e me virei deitando de lado, da mesma maneira em que estava antes.
Estava tão frio, e minha cama estava tão quentinha. Puxei o braço de Lia que roncava baixo do meu lado, o envolvendo em minha cintura novamente.
Sua mão por um instinto, subiu até o meu seio adentrando a blusa fina do baby doll que estava usando, fazendo meu corpo reagir dando um espasmo de susto.
- já passou, já passou... — respirei fundo repetindo para mim mesma, Lia estava certa. Eu não poderia conviver a vida inteira com isso.
Meu corpo tremia e eu estava ficando com raiva de mim mesma por não conseguir controlar isso. Já era costume, ela sempre dormia com a mão no peito exatamente como está agora. Só que agora não é como antes.
Nada é como antes depois que você sofre uma violação.
E toda vez que o filme desse maldito dia começa a se formar na minha mente, aquela mulher vem junto.
Confesso que não é só nesses momentos, ela está na minha mente o tempo inteiro. É como se ela estivesse por perto.
Eu não sei explicar, só a sinto. Mesmo não sabendo o seu nome e nem tendo a chance de poder ter visto o seu rosto.
Eu só queria agradecer, apenas isso. Eu estava tão frágil, maleável e tão fora de mim. Eu não sei o que teria acontecido se ela não aparecesse do nada ali.
Na verdade eu sei sim.
Eu queria tanto poder esquecer de toda essa merda, e viver em paz. Como eu era antes, a algumas semanas atrás. Odeio admitir que aquele velho tinha razão quando não queria que eu fosse, mas eu só queria me divertir, sair um pouco desse inferno que me rodeia.
- Maddy? Tá soando nesse frio — Lia retirou sua mão que estava molhada por conta do meu suor, de dentro da minha blusa, enquanto resmungava com sua voz rouca, carregada de sono.
Eu estava completamente encolhida, como um feto. Meu corpo estava encharcado de suor e agora até os meus dentes tremiam se chocando uns contra os outros.
- meu Deus, você está ardendo em febre — disse após colocar as costas de sua mão no meu pescoço. Eu podia sentir a sua preocupação no tom de voz dela, Lia retirou o grosso edredom de cima de mim com rapidez e me puxou para levantar. Deixei que ela me carregasse até o banheiro. Eu não conseguia dizer nada, só a acompanhei enquanto ela me arrastava pela cintura.
