capítulo 5 · the price of love

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Billie

07:35.

Abri os olhos não querendo acordar

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Abri os olhos não querendo acordar. Olhava para a coleira de Shark entrelaçada na minha mão, nem percebi que havia a pegado enquanto estava dormindo.

Senti uma lágrima quente escorrer pelo meu rosto. Não estou preparada para o luto, em minha defesa acho que ninguém está. Eu sei que a morte chega para todos no seu tempo, mas ainda não era a hora dele.

Sua vida foi arrancada da pior forma possível e eu não pude fazer nada para impedir. Nunca vou deixar de me culpar por isso.

Odeio imaginar o quanto ele tenha sofrido.

Aperto sua antiga coleira forte na palma da minha mão, e solto um grito de desespero me contorcendo pela dor do luto, o ódio e a culpa que maltratavam o meu peito. Poderiam ter feito qualquer coisa comigo, mas não poderiam ter tocado nele.

Engoli o choro e estendi a mão pegando meu celular em cima da escrivaninha.

Desbloqueei e fui até os contatos, achando o número de Caio e ligando para ele, tentando amenizar os soluços que eram tão presentes. Altos e extensos.

- aconteceu alguma coisa? — logo ouvi sua voz do outro lado da linha com um pingo de preocupação, eu nunca o ligava de manhã e isso era estranho. Antes de responder, fui interrompida por um longo soluço.

- responde O'Connell, porra! — disse em um tom mais alto, sua voz era bem preocupada agora.

- mat... Mataram... O Shark — disse entre os soluços. Eu estava me desabando lágrimas, não formulava as palavras claramente, mas acredito que ele tenha entendido.

- como assim mataram... QUE PORRA É ESSA, BILLIE — ele gritou do outro lado da ligação, parecia estar tão abalado quanto eu.

- eu não sei! Eu não sei, ele tá despedaçado na porra da minha mesa. Eu não sei o que fazer — me levantei deixando a coleira de Shark na cama, olhando de um lado para o outro. Meus dedos envolveram alguns fios de cabelo meu e os puxaram involuntariamente, minhas mãos tremiam e eu não pensava direito.

Andava de um lado para o outro sentindo que cada lágrima que saía do meu olho, era mais quente. Apertava meu olhos sentindo meu rosto ferver e meu rosto com certeza estava vermelho.

- nem eu... — ele disse parecendo estar desapontado. Dei um soco forte em minha coxa, suspirando frustrada, pois dois desnorteados não poderiam fazer nada — eu tô indo praí, respira e vê se não faz merda.

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