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Na manhã seguinte, Felix abriu os olhos lentamente, piscando contra a luz forte do sol que invadia o quarto pelas cortinas entreabertas. Ele franziu o rosto, tentando bloquear a claridade com a mão e se aconchegou mais perto de Hyunjin, que ainda dormia ao seu lado. O corpo quente de Hyunjin parecia a única coisa que podia afastar o incômodo do amanhecer.

— Hmm... muito cedo — Felix murmurou, sua voz rouca do sono, enquanto se apertava mais contra Hyunjin.

Hyunjin resmungou baixinho, ainda sonolento, e virou-se de lado, envolvendo Felix com um braço, puxando-o para mais perto.

— Quieto, dorme mais um pouco — Hyunjin sussurrou, sua voz ainda densa de sono.

Felix sorriu de leve, mas sua mente já estava acordada demais para voltar a dormir. Ele suspirou, afundando o rosto no peito de Hyunjin, sentindo a batida calma do coração dele. Era um som reconfortante, e Felix desejou, por um instante, que eles pudessem ficar assim para sempre.

Mas então, Hyunjin abriu os olhos lentamente e, após alguns segundos de silêncio, ele murmurou com a voz rouca:

— Você sabe que hoje à noite vamos embora, né?

Aquela frase fez o estômago de Felix apertar. Ele sabia que o momento estava chegando, mas preferia não pensar nisso. Por algumas horas, enquanto estavam enroscados nos lençóis, Felix havia esquecido que aquela realidade estava prestes a mudar.

Felix suspirou, afastando o rosto para olhar para Hyunjin. Ele fez um biquinho, um gesto manhoso que Hyunjin sempre achava fofo.

— Não me lembra disso... — Felix murmurou. — Eu não quero ir. E também não quero que você vá.

Hyunjin suspirou, olhando para o teto. Ele passou a mão pelos cabelos bagunçados de Felix, afagando-os gentilmente.

— Eu também não quero ir, mas... você sabe como é. Eu volto pra Milão, você pra Paris. — Hyunjin comentou, um toque de tristeza na voz. — A gente tem nossas vidas, nossas rotinas.

Felix franziu as sobrancelhas, um leve desconforto surgindo em seu peito. Ele sabia que aquela conversa era inevitável, mas agora que estavam prestes a se separar, ele precisava de respostas.

— E o que acontece com a gente? — Felix perguntou, erguendo o olhar para Hyunjin, sua voz mais séria. — Foi só aqui em Nova Iorque? Algo passageiro? Ou você acha que... sei lá... a gente pode continuar?

Hyunjin virou-se para encarar Felix, e um sorriso leve surgiu em seu rosto. Ele deslizou os dedos pela bochecha de Felix, pensativo, como se estivesse buscando as palavras certas.

— Eu não acho que foi só Nova Iorque, Felix. — Hyunjin disse suavemente. — O que a gente tem... é especial, você sabe disso. Mas vai ser complicado. Você mora em Paris, eu em Milão. E nossos trabalhos... bom, são cheios de viagens, compromissos...

Felix mordeu o lábio inferior, tentando controlar a ansiedade que crescia em seu peito. Ele sabia que Hyunjin estava certo, mas a ideia de se afastar agora, depois de tudo, era dolorosa.

— Eu sei que vai ser complicado... — Felix murmurou, desviando o olhar. — Mas... você quer tentar? Tipo... fazer isso dar certo?

Hyunjin puxou Felix para mais perto, beijando o topo de sua cabeça. O toque foi suave e cheio de carinho.

— Eu quero tentar. — Hyunjin respondeu, com firmeza. — Eu não sei como vai ser, mas a gente pode fazer isso funcionar. Não quero que isso acabe aqui, Felix. Quero continuar com você, mesmo que seja difícil.

O coração de Felix deu um salto. Ele não conseguia esconder o sorriso que surgiu em seus lábios.

— Eu também quero. — Felix sussurrou, sentindo uma onda de alívio e felicidade. — Eu realmente quero.

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