Capítulo 39 - Lorenzo 🔥

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Fui pego de surpresa quando Dick abriu a porta do meu quarto, seus olhos estavam inchados e vermelhos, visivelmente exaustos, ele parou por um segundo, sem jeito.

— É... oi... — disse com uma pausa, a voz embargada. — Aqui tem um espaço pra mim? — Ele entrou, arrastando uma bolsa grande.

— Dick, eu... — Comecei a falar sem saber direito o que dizer.

— Shh... — Ele me interrompeu e com um olhar que dizia muito mais do que palavras poderiam. — Eu fiquei sabendo de tudo.

Sem pensar, corri para abraçá-lo.

O cheiro dele, familiar e reconfortante, me invadiu e eu percebi o quanto havia sentido falta disso, uma alegria e conforto tomou conta de mim, algo que eu não senti há dias.

— Me desculpe... eu não sabia o que fazer. — Murmurei contra seu peito.

— Marcos tá todo arrebentado. — Ele riu sem jeito, me puxando para mais perto. — E tá suspenso, expliquei tudo o que aconteceu e... bem eu estou de castigo... Sem treinos por duas semanas.

— Desculpa... — Minha voz saiu quase num sussurro, o peso da culpa caindo sobre mim.

— Ei, ei... chega disso. — Ele bagunçou meus cabelos e eu senti uma leveza, uma calma que não experimentava fazia tanto tempo. — A culpa não é sua.

Seu corpo parecia um escudo contra tudo o que me machucava, seus braços me envolveram com tanta segurança que meu coração, por um breve momento, não senti tudo tão pesado.

Ele suspirou profundamente, o que me fez perceber o quanto ele também estava exausto, mas ainda assim, ele estava ali comigo.

— Meu pai... me tirou de casa. — A voz de Dick tremeu um pouco e meu coração afundou ao ouvir aquilo. — Mas... conversei com a sua mãe e ela deixou eu ficar aqui, Graças a Deus.

Nos deitamos juntos e ele me abraçou com tanta força que meu corpo se arrepiou, eu podia ouvir sua respiração pesada e lenta, ele estava claramente exausto, talvez mais emocionalmente do que fisicamente, aos poucos, ele começou a roncar baixinho, o que me fez sorrir, apesar de tudo.

Virei para olhar para ele, observando cada detalhe do seu rosto, tínhamos passado por tantas coisas, tantos altos e baixos, mas naquele momento, ele era tudo para mim, tudo o que eu preciso e apesar do passado, ele era a melhor coisa que havia acontecido na minha vida.

Eu poderia ficar ali para sempre, apenas observando Dick dormir, mas ele acaba acordando, parecendo meio confuso e sem jeito.

— Eu prometo que vou te proteger de qualquer coisa — ele diz enquanto mexe nos meus cabelos, o toque suave fazendo um arrepio

As palavras dele vêm direto no meu coração e por um momento me sinto seguro, como se todo o peso que eu vinha carregando desaparecesse um pouco.

— Eu senti falta do seu carinho — confesso com minha voz saindo mais baixa do que eu esperava.

— Eu sinto falta do seu jeito todo — ele responde, me puxando para perto e me dando um beijo suave que começa lento, mas logo se torna mais profundo, entregando todo o desejo e saudade.

Quando ficamos rosto a rosto, eu quase não consigo olhar nos olhos dele de tão intenso que o momento parece, ele sorriu de leve, como se estivesse lendo meus pensamentos e então diz...

— Eu te amo.

Antes que eu possa responder, ele me beija novamente e dessa vez é mais longo, mais intenso, sinto sua mão apertando minhas costas e o calor entre nós vai crescendo, mas de uma forma suave, natural.

— Eu estou ficando sem jeito... — Disse sussurrando, tentando controlar meus pensamentos.

— Não precisa — ele diz com calma, sua voz baixa e cheia de ternura. — Vamos apenas ficar assim, sem pensar muito em nada agora.

Dick parece cansado e eu também estou exausto, mas dessa vez, o cansaço não me aflige.

Ao contrário, sinto-me confortável com ele ali, comigo, seus braços ao meu redor, o peso do mundo fora da porta.

— E o que vamos fazer com essa situação? — Pergunto, mas não consigo evitar a minha voz cheia de preocupação enquanto encaro Dick.

Ele suspira com um cansaço visível no rosto, mas ainda assim tenta manter a calma.

— Não vamos pensar nisso agora — ele responde suavemente, fechando os olhos por um momento. — Estou cansado, quero só ficar aqui com você.

Olho para ele, sentindo uma mistura de emoções dentro de mim e deixo que cabeça descanse em seu peito, o som da sua respiração, o calor do seu corpo, me faz sentir um colapso que não sentiu há tempos.

— Eu posso... — falo baixo e hesitante, enquanto meus dedos deslizam levemente pelo seu corpo, buscando um toque mais íntimo, mas me sinto envergonhado e escondo o rosto em seu peito novamente.

Ele sorriu levemente, suas mãos ainda acariciando meus cabelos de forma carinhosa, sem julgar, sem apressar, apenas sendo ele mesmo.

Ele me olhou com aquele sorriso malicioso, o tipo de sorriso que sempre mexeu comigo.

— Continua? — a voz dele era baixa, quase um sussurro, eu senti a respiração dele acelerar, o peito subindo e descendo em um ritmo que eu já conhecia.

Meu coração batia forte, um calor subindo por todo o meu corpo, sem conseguir evitar, apertei de leve seu pau sentindo a tensão dele.

— Eu posso colocar a boca aqui? — Eu escondi o rosto novamente, minha voz mal saindo.

Ele riu, aquele som rouco e suave, um misto de brincadeira e desejo.

— Meu pequeno quer fazer um boquetão? — Ele bagunçou meu cabelo com os olhos brilhando. — Eu nem queria né? — Ele puxou seu pau para fora e empurrou minha cabeça em direção ao seu membro. — Não vai morder em? — ele me provocou me deixando sem jeito.

Segunda Chances - Romance GayOnde histórias criam vida. Descubra agora