Capítulo 13

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O clima na festa, que antes era de alegria e celebração, agora estava tomado por uma crescente preocupação. Todos estavam aflitos com o desaparecimento repentino de Simone. A música e as conversas animadas já não importavam mais para os Tebet. Fairte estava visivelmente nervosa, tentando manter a calma, mas falhando miseravelmente.

— Não é possível... — disse Fairte, passando a mão pelos cabelos curtos enquanto olhava para Ramez, que parecia igualmente perturbado.

— O que mais me preocupa é ela não atender o celular — disse Leila, respirando fundo, tentando conter o nervosismo.

Soraya, ao lado de Leila, não conseguia esconder sua angústia. Seu olhar estava fixo no vazio, enquanto apertava os punhos, frustrada por não saber onde Simone estava. Ela conhecia Simone melhor do que todos ali e tinha um pressentimento de que algo grave havia acontecido.

— Temos que fazer alguma coisa, pai! — Janja insistiu. — Ela nunca sairia assim, sem avisar. Algo está errado.

— Calma, Janja — disse Ramez, tentando acalmar a filha, embora ele mesmo estivesse inquieto. — Ela pode só ter precisado de um tempo para si. Vamos continuar procurando.

Assim que Ramez ia sair mais uma vez para procurar Simone, ela apareceu como se nada tivesse acontecido, voltando à festa, mesmo contra sua vontade.

— Filha, onde você estava? Estávamos todos muito preocupados! — Fairte perguntou, com a voz carregada de preocupação.

— Desculpa, mãe. Eu saí para resolver algumas coisas do hospital — Simone mentiu, sabendo que todos estavam esperando uma explicação. — Acabei esquecendo meu celular no escritório.

Embora quisesse jogar na cara de todos o que havia descoberto, preferiu não dizer nada por enquanto. Um escândalo era a última coisa que ela queria naquele momento.

Ramez a observava com um olhar cuidadoso, percebendo a tensão nas entrelinhas do comportamento de Simone, mas preferiu não pressioná-la. Ele sabia que ela estava escondendo algo, mas respeitaria seu espaço.

Janja, por outro lado, ainda parecia agitada. Ela se aproximou e abraçou Simone com força.

— Não faz mais isso, Simone. Você nunca sai assim, sem avisar. Eu fiquei desesperada! — disse, com os olhos marejados.

— Eu sinto muito, Janja. Não foi minha intenção causar esse transtorno — Simone respondeu com um sorriso forçado, tentando acalmar a irmã.

Enquanto isso, Soraya, que estava ao lado, observava cada movimento de Simone. Ela sabia que algo estava muito errado, mas decidiu, como sempre, esperar o momento certo para perguntar. Simone parecia distante, e Soraya percebeu isso mais do que qualquer outra pessoa.

— Vamos tentar continuar com a festa? — Ramez sugeriu, tentando aliviar o clima.

A música foi retomada, as conversas voltaram a fluir, mas para Simone, tudo parecia um borrão. As revelações da carta ainda a consumiam, e a verdade sobre sua origem pesava em sua mente como uma âncora. Ela queria explodir, gritar para todos o que havia descoberto, mas sabia que aquele não era o momento.

Simone caminhou até a mesa, sentando-se com a mente a mil. Precisava processar tudo o que havia lido, e, mais do que isso, precisava decidir o que fazer com aquela informação devastadora.

Ela olhou ao redor, para sua família, seus amigos, e sentiu o peso da verdade que agora carregava. Como ela lidaria com tudo aquilo?

— Cadê meus filhos?

— Estão com o Eduardo, ele está lá em cima com eles.

Simone não disse mais nada e subiu para o quarto de seus filhos.

Império Tebet's - Passado de Simone TebetOnde histórias criam vida. Descubra agora