Capítulo 12

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Fevereiro de 2018

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Fevereiro de 2018

Já estamos no ano em que vou fazer 19 anos, dá pra acreditar?

Nem eu acredito que nessa idade já tenho enxaquecas mensais, dois ex-namorados, a mesma melhor amiga desde os meus 6 anos e uma família nada unida. E claro, não poderia esquecer do fato de que para sempre serei filha única.

Mas, dependendo de como você enxerga, essa parte tem um bom lado.

Minha vida é uma loucura, mas tento viver cada dia como se fosse o último. Às vezes meus pais dificultam um pouco, afinal, mesmo casados vivem brigando todos os dias por um motivo diferente. É um inferno e eu sempre tento relevar tudo o que acontece.

Meu pai e eu temos uma relação incrível, nós costumamos conversar sobre tudo e ele é meu melhor amigo. Mas, minha relação com minha mãe não é das melhores. Ela quer que eu seja como ela a todo custo, e para ser sincera, não somos nada parecidas. Ela ama ser mandona, e eu odeio ser mandada. É como se tivéssemos o mesmo sangue, mas não a conexão necessária para sermos mãe e filha.

Minha avó é minha confidente, nós temos uma relação legal e ela ama me entregar presentes, que segundo ela, são de uma amiga antiga do meu pai que insiste em enviá-los. Porém, sempre que a questiono sobre essa pessoa, ela finge que não me escuta e apenas troca de assunto.

Hoje inicio meu segundo ano da faculdade de veterinária. O segundo de cinco e acredito que esse é o caminho certo para que meu sonho se realize, e a verdade é que não vejo a hora de ter minha independência financeira.

Levantei cedo ansiosa, como se fosse meu primeiro dia na faculdade. Me arrumei e desci as escadas para comer alguma coisa antes de sair.

— Bom dia, petisa! — Meu pai disse assim que adentrei a cozinha. Ele estava escorado na bancada enquanto bebia uma xícara de café.

— Bom dia, pai! — Sorri para ele e fui até a cafeteira para pegar meu café. — Minha mãe ainda está dormindo? — Ele assentiu. — Na verdade, nem sei porque perguntei isso, é óbvio. — Ele riu pelo nariz. — Você está bem? — Franzi a testa já que ele ficou em silêncio durante muito tempo.

— Estou sim, petisa. Só com muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo. — Ele soltou um suspiro e eu dei um meio sorriso.

— As coisas vão melhorar, pai. Você vai ver. — Pisquei para ele e tomei meu café, logo colocando a xícara na pia. — Agora vou indo que preciso chegar no horário da minha aula. — Ergui meus pés e dei um beijo na bochecha dele.

— Onde você vai, Mariana? — Minha mãe entrou na cozinha de roupão e com cara de sono. Me segurei para não rolar os olhos.

— Vou para a faculdade. — Dei de ombros e caminhei para sair da cozinha.

— Sinceramente, nunca entendi o que você quer fazendo um curso que é pra dar banho em animais. — Bufei e respirei profundamente.

— Não estou afim de perder meu tempo explicando pela milésima vez para você o que realmente um veterinário faz. — Olhei para ela rapidamente e dei um sorriso sem mostrar os dentes. — Tenha um bom dia! — Me retirei antes que começasse a escutar os dois discutindo como sempre faziam. Não estava afim de deixar meu dia ruim, ainda mais porque ele tinha recém iniciado.

Por nossos filhosOnde histórias criam vida. Descubra agora