Melhores amigos desde que nasceram, Dulce e Christopher estavam sempre grudados e, juntos, acabam descobrindo um sentimento a mais. Porém, o destino é algo que não se pode prever, e assim muitas coisas acontecem, bagunçando tudo e fazendo com que am...
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Dezembro de 2000
Meu voo para os Estados Unidos saiu ainda pela manhã no outro dia.
Era isso, eu havia tomado a decisão e estava doendo mais do que qualquer coisa no mundo. Sentia dor pelo meu corpo inteiro, pois estava deixando duas partes muito importantes de mim naquela cidade: Christopher e Mariana.
Fiquei olhando pela janela do avião enquanto as lágrimas caiam rapidamente pelo meu rosto. Eu havia me despedido rápido da minha família antes de subir, pois estava com medo de mudar de ideia antes mesmo de embarcar. Mas, eu não tinha o direito de estragar a chance da Lali ter a família que era dela.
Algumas horas depois, acordei com a comissária falando que iríamos pousar e que eu precisava ajeitar minha poltrona. Foi o que eu fiz e por fim comecei a me dar conta de que eu estava chegando ao meu destino e aos próximos cinco anos da minha vida.
Depois que finalizei meu desembarque, peguei um táxi e fui até a universidade, logo achando o meu dormitório. Eu sabia que dividiria ele, só achei estranho que assim que entrei, me deparei com um pequeno berço de criança.
Porque teria um berço de bebê num dormitório universitário? Ignorei e tratei de começar a arrumar minhas coisas no lado que estava vazio.
Minutos depois, uma mulher de cabelos castanhos escuros e olhos verdes adentrou o quarto com um bebê pequeno em seus braços. A olhei de imediato e franzi um pouco a testa.
— Ah, oi, você deve ser a Dulce, minha nova colega de quarto. — Ela disse um pouco sem jeito. — Eu me chamo Clara. — Ela começou a tirar algumas coisas do meio. — Me desculpe, eu não sabia mesmo que você chegaria no meio das férias. — Completamente sem jeito.
— Está tudo bem, eu acabei vindo nas férias mesmo para me adaptar antes das aulas começarem. — Sorri sem mostrar os dentes.
— Olha, já que você está aqui, vou ser bem sincera com você. — Ela parecia engolir seco, mas apenas colocou o bebê no berço. — Minha última colega de quarto saiu por conta do meu bebê de 5 meses, mas eu realmente não tenho para onde ir, pois meus pais não são mais vivos e nem os de Pedro, e precisamos terminar a faculdade. Ele costuma chorar algumas noites, mas não são todas. Eu sei bem como atrapalha, mas eu realmente não tenho onde ficar. — Ela suspirou e abaixou a cabeça envergonhada.
— Está tudo bem, Clara. — Dei um sorriso sem mostrar os dentes. — Eu estou acostumada com bebês e não vou me importar com nada, de verdade. — Ela me olhou com a testa franzida. — Meu melhor amigo teve uma bebê cedo demais e eu ajudei a cuidá-la como pude. — Senti meu peito apertar enquanto tocava naquele assunto.
— Você costumava passar as noites com o bebê? — Eu sorri com a careta que ela fez.
— Sim, Mariana dormia a noite toda, mas no início ela tinha muita cólica e passava um bom tempo chorando. — Arregalei os olhos de leve e nós duas rimos. — A mãe dela tinha abandonado os dois logo que a Mariana nasceu e eu acabei ajudando a cuidar dela por um tempo. — Sorri sem mostrar os dentes, estava me esforçando para não parecer muito triste.
