Capítulo 9

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Dezembro de 2000

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Dezembro de 2000

Acordei no dia seguinte sentindo meus olhos completamente pesados e um som chato ecoar no meu ouvido. Percebi em seguida que se tratava do telefone que ficava no meu quarto.

Espiei o identificador de chamadas, me dando conta que era o número de Christopher. Ignorei, virando para o outro lado da cama.

Era 8 horas da manhã e ele estava tendo a cara de pau de me ligar. Nesse horário!

Bufei e me levantei da cama, tentando ignorar toda a angústia que eu sentia dentro do meu peito. Porque diabos estou me sentindo traída se nem namorada dele eu era? Não tínhamos nada sério!

Tomei um banho para tentar afastar qualquer coisa ruim que estivesse dentro de mim, mas no fim, minhas lágrimas se misturaram com a água do chuveiro.

Depois de me vestir, desci as escadas e fui até a sala de jantar, onde meus pais estavam tomando café.

— Bom dia, universitária. — Eu dei um meio sorriso. — Que bom que acordou cedo, estávamos agora mesmo nos perguntando para quando você vai querer sua passagem para os Estados Unidos. — Meus pais pareciam empolgados e eu apenas dei de ombros, pegando uma maçã.

— De preferência para hoje. — Os dois franziram a testa e pareciam incrivelmente surpresos. — Quero ter tempo de me acostumar com a cidade e com a universidade. — Os dois abriram um sorriso gigantesco.

— Que bom, filha. — Meu pai sorriu orgulhoso. — Talvez não consigamos para hoje, mas para amanhã de manhã é bem provável. — Eu assenti.

— Ótimo! Me avisem, vou voltar pro quarto pra ir ajeitando minhas coisas. — Os dois assentiram. — Ah! — Me virei para eles mais uma vez antes de sair. — Se Christopher aparecer aqui, apenas digam a ele que eu já fui embora. — Os vi franzirem a testa de novo, mas apenas virei as costas e sai do ambiente, antes que eles fizessem qualquer questionamento.

Voltei para meu quarto, coloquei o CD da Avril Lavigne que eu tinha em casa e tratei de começar a arrumar minhas malas.

As lágrimas começaram a tomar conta do meu rosto mais uma vez. Eu iria embora e ficaria alguns bons anos sem ver Mariana, mas era o que eu precisava fazer. Eu sabia que eu ia sofrer muito mais aqui vendo Christopher ficar com Mabel e ambos criarem Mariana juntos. Não que isso não fosse o melhor para ela, mas doía em mim. E doía demais!

No fim da tarde, resolvi dar um tempo e comecei a ler um livro. Eu precisava me distrair a todo custo e estava muito difícil, ainda mais depois que escutei a voz de Ale vir da sala de estar da minha casa. Será que ele estaria junto?

Como minha mãe e a mãe dele eram muito amigas, se encontravam quase sempre para tomar chá e conversar. Então, tratei de me aproximar devagarinho e espiar para ver se ele estava junto. Vi Ale com Lali no colo e minha mãe conversando com ambas, suspirei aliviada e apareci na sala.

— Oi tia Ale! — Mariana deu um gritinho seguido de um sorriso assim que me viu. Dei um sorriso de volta e a peguei no colo, distribuindo beijos em sua bochecha gordinha. — Oi minha princesa!

— Achei que você estava na casa de Anahí ou Christian, pois Christopher está atrás de você quase o dia todo. — Dei um meio sorriso e assenti.

— Vou pegar um chá para nós. — Minha mãe se levantou e saiu para a cozinha, me deixando sozinha com Ale e Mariana.

— Você e Christopher brigaram, querida? Achei estranho você não ter ido dormir com eles ontem a noite. — Passei a mão nos cabelos de Mariana e sentei ao lado de Ale no sofá, suspirando.

— Eu ia, mas quando cheguei na sua casa, ele estava em um momento íntimo com Mabel, então resolvi voltar pra casa. — Dei de ombros e Ale me olhou incrédula.

— Ele e Mabel estavam juntos? — Eu assenti, sentindo meu coração apertar. — Eu não sei nem o que dizer, Dul. Desde que ela apareceu de novo, Christopher não se abre mais comigo sobre a situação. Mas eu não estava preocupada, pois ele parecia realmente apaixonado por você. — Senti um frio invadir minha barriga e desviei o olhar para Mariana.

— Tá tudo bem, tia. Não deu certo e é melhor assim, pois vou fazer faculdade nos Estados Unidos. — Voltei a olhar para ela.

— Você tem certeza de que quer ir embora? — Eu assenti e voltei a olhar para Mariana, observando cada detalhe nela.

— Vai doer, mas é o melhor pra mim. — Suspirei. — Mas eu não pretendo me afastar da vida da Lali, nunca. — Fiz um carinho na mãozinha dela.

— E eu faria o que tiver ao meu alcance para que vocês duas mantenham esse contato. — Ela tocou minha outra mão, me fazendo sorrir para ela.

Minha mãe logo voltou com o chá que ela havia prometido. Fiquei um tempo com elas na sala de estar, mas logo Mariana deu algumas resmungadas e decidi dar uma volta com ela pela área externa da minha casa.

— Você ama passear na rua, né sapeca? — Eu disse segurando as mãozinhas dela, enquanto a ajudava caminhar pela grama. — Eu vou morrer de saudades todos os dias, você não faz ideia do quanto eu amo você e do quanto você é importante na minha vida, mesmo não sendo minha. — A peguei no colo de novo, a fazendo rir. — Você é a luz que eu precisava e peço desculpas por não poder ficar, mas não vou conseguir assistir de perto você e seu pai com outra pessoa. Você é dela, e não minha e eu não posso exigir nada. Seu pai tem toda a razão de te dar uma família, mas eu não posso ficar aqui e perder vocês. Prometo sempre estar com você de alguma forma, pequena. — Ela grudou a testinha dela na minha, abrindo um sorriso banguela.

— Mamá! Mamá! — Senti meu coração pular dentro do peito e arregalei os olhos de alguma forma. — Mamá. — Eu sabia que era errado, mas eu não consegui corrigi-la, apenas abraçar e beijar sua bochecha, fazendo-a soltar algumas gargalhadas.

Ah, eu com certeza morreria por dentro no momento em que colocasse os pés naquele avião, pois uma parte de mim estava ficando com Christopher e com Lali.

No fim da noite, quando eu já havia terminado de arrumar minhas malas, pensei que eu precisava compartilhar aquilo com alguém. Primeiro pensei em Anahí, era minha melhor amiga, mas lembrei que ela faria de tudo para me fazer ficar e iria correndo contar para Christopher que estou aqui, como se pudesse salvar o amor verdadeiro, como se fosse coisa de filme. E não, não era coisa de filme e eu precisava de alguém mais racional e esse alguém era Christian.

Liguei para ele e lhe contei aos prantos tudo o que havia acontecido. Ele entendeu como ninguém e me aconselhou, porém, respeitando minha decisão. Pedi para que ele não contasse a ninguém, nem mesmo para Anahí, para que não acontecesse de Christopher sequer tentar ir atrás de mim e tornar isso tudo ainda mais difícil. Christian me acolheu, me entendeu e chorou comigo.

Era difícil demais tudo aquilo, mas era muito necessário e eu não tinha mais como voltar atrás.

Era difícil demais tudo aquilo, mas era muito necessário e eu não tinha mais como voltar atrás

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Por nossos filhosOnde histórias criam vida. Descubra agora