Capítulo 32

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Maria Frazier

É difícil dormir quando o mundo parece que conspira contra você. Quando os seres humanos insistem em apertar a mesma teclada do preconceito, do racismo, da hipocrisia, da merda da falta de amor, respeito e carinho. Em todos os cantos tentamos procurar por alguma resposta, em qualquer ponto de luz, tentamos encontrar a esperança, mas em todas elas sempre existe a escuridão.

- Você está bem? - A voz de Denvon ecoou pelo silêncio da cozinha onde eu estava sentada na cadeira bebendo um copo com água.

- Denvon? O que faz aqui?

- Eu meio que perdi o sono. - Deu um sorriso. - E parece que você também

- Eu só...vim beber um pouco de água. Já estou voltando para o quarto. - Tento me levantar.

- Não, por favor. Fique.

- Tem medo de ficar sozinho na cozinha? - Brinco.

- Não, tenho medo de não conseguir ficar a sós com você outra vez.

Franzo o cenho. Denvon se sentou ao meu lado na mesa.

- Me desculpa por ter te machucado.

- Está tudo bem. Minha cabeça ainda está um pouco dolorida, mas eu vou sobreviver.

- É o que eu mais desejo.

- Não entendi.

Denvon segurou uma das minhas mãos. Eu tentei me esquivar, mas ele me segurou fortemente. Não estou gostando do rumo dessa conversa.

- Há semanas eu estou tentando encontrar um jeito de conversar com você.

- Conversar comigo? Sobre o que?

- Sobre nós dois.

- Sobre...nós dois? Denvon, não temos nada para conversar sobre nós dois. - Esquivo tentando levantar da cadeira.

Denvon segurou o meu braço e se levantou junto comigo. Pensei que esse episódio da nossa vida estivesse se encerrado depois daquela conversa esclarecedora que tivemos no meu apartamento.

— Maria...

— Para. — Ordeno. — Eu não sei o que você quer me dizer, mas a resposta é não.

Solto a minha mão e caminho imediatamente em direção a porta. Se Damon nos encontrar na cozinha sozinhos pode suspeitar de alguma coisa, apenas de que, ele sabe muito bem que eu nunca amei o Denvon, o meu relacionamento com o seu irmão mais velho foi apenas uma conveniência se existiu amor nesse relacionamento foi da parte de Denvon, não minha. Depois dessa conversa confusa vou começar a pensar que Denvon ainda me ama, estava nítido no brilho dos seus olhos. Subo as escadas correndo, mas quando chego perto da porta do meu quarto eu escuto a voz da Mariana e do Damon.

— Eu sei que você me quer Damon. Porque você não para de mentir para você mesmo?

Abro a porta. Damon segurava Mariana pelos braços tentando afasta-la. Meu sangue ferveu nas minhas veias, bastou um minuto para perder o controle e desferir um tapa ardente e forte no rosto da minha irmã. Depois de todos esses meses, esse tapa me fez sentir um alivio tão grande dentro do meu coração, eu o guardei todo esse tempo desde aquele dia e hoje finalmente eu consegui dar o que a minha irmã merecia.

— Sua vaca! — Mariana gritou tentando vir em cima de mim.

— Ei! — Damon a segurou, tentando afasta-la.

Eu comecei a gargalhar, gargalhar tão alto por ver a sua cara de espanto, sua raiva.

— Eu vou matar você. — Mariana tentava se soltar de Damom, mas ele a segurava fortemente.

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