Capítulo 13

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O primeiro baile beneficente acontecerá na minha casa, como sempre. Minha mãe nunca deixaria algo diferente acontecer, ela moveria céus e terras para ser a primeira anfitriã, assim como sempre fez desde o dia em que a sociedade abriu suas portas para ela. Tenho pena das outras anfitriãs, Eleanor Humphrey — que será a última anfitriã — e de Christiane Palmer — a segunda anfitriã.

— Agora eu sei de quem Mariana herdou tanta crueldade. — Disse Damon enquanto ensaiávamos a nossa dança.

Dou um leve sorriso. Minha mãe não é uma pessoa ruim, claro que todos os seres humanos possuem uma espécie de ruindade dentro de si até aquela mais bondosa e carismática. Mas eu devo concordar com o possível pensamento de Damon, ela deveria abrir mão as vezes de ser a primeira anfitriã, entretanto, não quero esnobar da eficiência e esforço das outras anfitriãs, mas a minha mãe deixa qualquer um de queixo caído de tanta admiração. Se um dia eu me tornar uma matriarca ou uma anfitriã quero ser igual a minha mãe. Olha para mim, mais uma vez tentando ser que eu não sou. Lá no fundo eu sei que esse meu desejo é para justamente agradar a minha mãe. Quando eu vou mudar?

— Não fala assim da minha mãe. — Peso, mas não com um tom ríspido.

— Ok. Prometo não falar mal da minha sogra, pelo menos não na sua frente.

— Sua sogra? De mentirinha né?

Damon segura a minha mão direita e me gira cautelosamente.

— Claro, ela não vai ser?

— Isso depende dela.

— Porquê?

— Hm...depois do que vai acontecer hoje talvez ela nunca mais fale comigo, tampouco vai querer você como genro.

— Ela aceitou o Devon depois do que ele fez, porque não me aceitaria? — Damon me questionou furioso, incomodado.

— Só foi...um palpite. — Esclareço.

— Hm...isso não tem lógica. E se fossemos namorados de...verdade. — Sussurrou aproximando os seus lábios do meu ouvido, para que Ana não escutasse.

Suspiro rapidamente ao sentir o a sua respiração bater sobre a minha pele.

Se eu fosse a sua mãe gostaria de vê-la feliz, seja com quem for. Não concorda comigo? — Sussurrou mais uma vez. Seus lábios estavam um pouco mais longe do meu ouvido, mas os seus olhos estavam tão próximos dos meus, e através deles consigo enxergar o reflexo do meu rosto.

— É...eu concordo. Toda mãe deseja a felicidade do seu filho.

Damon e eu encaramos os lábios um do outro. Engulo a seco a amarga ilusão que me causou um leve desejo de beijar a sua boca.

— Posso dizer que vocês dois podem se inscrever em concursos de dança, ganhariam todos. — Ana se aproximou com um sorriso radiante de quem havia feito um ótimo trabalho. Ela é uma ótima profissional.

Damon e eu nos afastamos rapidamente. Sinto um desconforto dominar o meu corpo por ter tido pensamentos insanos sobre o Damon. Eu posso ter qualquer tipo de pensamentos com quem eu quiser, por enquanto pensar não está sendo pago é a única coisa que ainda pertence ao ser humano, contudo, não seria nada legal ter tais pensamentos com o meu ex cunhado, com a pessoa com quem estou fingindo um relacionamento só para ferir a minha irmã, Damon não possui esses tipo de pensamentos sobre mim, isso eu garanto e suas palavras de que nunca se apaixonaria por mim, também me fazem sentir essa certeza.

— Certamente, Maria se daria muito bem nesse tipo de concurso. Eu prefiro mais...pista de corrida. É a minha praia. — Esclareceu Damon, com um tom de voz sereno.

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