Quando acordei dei de cara com minha mãe.
- Oi. - Não sabia como agir depois de tudo que ela falou ontem.
-Oi, filha. - Ela sorriu, mas não retribui -Eu preciso te contar uma coisa...
- Pode falar. - Me preparei para mais uma bomba.
- Como você já sabe, eu me casei. Só que...ele não mora aqui no Rio. - Falou devagar, com medo da minha reação.
- Onde ele mora? - Peguntei me sentando na cama. Era só o que me faltava.
- Em uma cidade no interior do Rio Grande do Sul.
- Você tá brincando com a minha cara, né? Eu não vou. - Já sentia vontade de chorar novamente. Será que ela não podia me dar um tempo para assimilar tudo?
- Nada te prende aqui. - Argumentou
- E a escola? - Tentei rebater, sabendo que era inútil. Todos os meus amigos já deviam estar na faculdade. Não é fácil aceitar que a vida de todos que amava continuou sem mim.
- Você pode fazer supletivo. - Suspirei. Eu iria.
- Quando você pretendia ir?
- Quando você sair daqui.
- E quando eu vou sair? - Perguntei, esperando no mínimo semanas como resposta.
- Depois de amanhã. - Quê?
- Sério? Eu acabei de acordar de um coma de três anos. Que tipo de hospital é esse?
- Você está bem.
- Não estou me sentindo nada bem - Murmurei para mim mesma.
•2 dias depois•
Estava no avião rumo à casa do estranho-que-casou-com-minha-mãe, e já não aguentava mais ficar ali. O principal motivo era uma criança gritando atrás da minha poltrona, parecia que alguém estava esfaqueando seu abdômen, mas ela só queria o brinquedo do irmão, e eu estava quase gritando com a mãe dela por não fazer nada.
Eu estava tão tensa e tão nervosa, e aquela menininha não estava ajudando.- Você vai amar, é uma cidade ótima, tem muitos jovens... - Minha mãe tagarelava e eu nem mesmo conseguia prestar atenção.
A criança continuou gritando e eu perdi a paciência. Virei para trás.
- Faça alguma coisa, ninguém é obrigado a passar horas dentro de um avião ouvindo sua filha gritar! Então dê um jeito de fazer ela calar a boca, porque eu não aguento mais! - Gritei. Sentindo meu coração acelerar e minha cabeça latejar. Eu só queria meu pai estivesse aqui e que tudo não passasse de uma brincadeira de mal gosto.
- O que você quer que eu faça? Feche a boca dela com fita? - A sirigaita rebateu, visivelmente irritada. Acho que nem ela aguentava mais a filha.
- Não sei. A filha é sua, use a imaginação.
Olhei para frente e depois de uns minutinhos ela parou e agradeci aos céus. Ignorando os olhares alheios que recebi.
Logo chegamos e o tal marido que eu ainda não sei o nome estava nos esperando.
Eu amava minha mãe, mas eu esperava o mínimo de consideração da parte dela para perceber que eu precisava de tempo para me acostumar com a ideia de ter uma vida completamente nova e com a ausência de uma parte de mim. Eu nem pude me despedir e dizer o quanto o amava.
Mas não, eu mal abri os olhos e ela me jogou dentro de um avião para um lugar que eu não conhecia e para viver com uma família que não era minha.
- Oi, amor. - Minha mãe o cumprimentou.
- Oi, como foi a viagem?
- Foi... - Ela olhou para mim como se mal me reconhecesse. Bem vinda ao clube. - mais ou menos.
A mesma mulher do avião passou por nós com a cara fechada, eu apenas a ignorei.
- Essa aqui é a Olivia. - Quebrou o silêncio - E esse é o Bruno. - Dessa vez se dirigiu à mim.
O cumprimentei com um sorriso forçado. O que eu queria mesmo era mandar todo mundo ir se foder, mas a educação falou mais alto, ou pelo menos eu tentei.
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O Meu Melhor Erro (Hiatus e Em Revisão)
Novela JuvenilNÃO REVISADO NÃO RECOMENDADO PRA MENORES DE 16 ANOS Olivia ficou em coma por três anos, e nunca imaginou que tantas mudanças pudessem acontecer nesse período de tempo. Depois de descobrir que seu ente mais querido havia morrido, a menina ficou deva...