Capítulo 23

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" Baby, this is what you came for/ Lightning strikes every time she moves
(Querido, foi para isso que você veio/Raios nos atingem toda vez que ela dança)
And everybody's watching her/ But she's looking at you
(E todos a estão observando/Mas ela está olhando para você)"
*This is What You Came For - Calvin Harris *

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- Então me fala. - Ela parecia realmente angustiada, o que me fez sentir pena dela.

- Você não fez nada, pelo menos nada grave. Eu te impedi antes. - Deu um suspiro aliviado.

- É que o Matheus acordou todo mal-humorado, nem falou nada.

- Ah, isso. - Fiz uma careta - É que vocês brigaram. - Ela arregalou os olhos.

- Por quê?

- Eu não tenho certeza, mas posso imaginar porque. Você me falou uma coisas estranhas. - Tomás nos encarava como se estivesse assistindo à um filme, não perdia nada. E a essa altura já havia se vestido. - Tomás, sai daqui.

- Por quê? Eu tô quieto, não falei nada.

- Porque eu falei para sair. -Ele fez um bico.

- Você nunca me deixa saber das coisas. - Parecia uma criança fazendo birra.

- Por favor? - Ergui uma sobrancelha e ele revirou os olhos, sorrindo.

- Eu vou falar com o Matheus, ele vai me falar tudo. - Colocou a língua para fora e fez uma careta. Eu ri.

- Idiota. Vai logo. - Empurrei seu peitoral em direção a porta. Antes de sair ele conseguiu me roubar um selinho.

Fechei a porta e me sentei na cama. Indiquei o lugar ao meu lado para Bia sentar. Ela se aproximou devagar e sentou receosa.

- Por que não me contou que suspeitava estar grávida? - Ela permaneceu estática por alguns segundos, me encarando, surpresa por eu saber.

- E-Eu não tenho certeza. - Cobriu a boca com a mão. Seus olhos marejaram. - Ai meu Deus, eu devo ter falado isso para o Matheus. Eu sou tão burra. - Deu uma tapa na própria testa - Burra. Burra. Burra.

- Para com isso. - Segurei seus braços - A culpa não é só sua. Se você estiver mesmo grávida, vocês dois vão ter que lidar com a consequência dos seus erros.

- Do jeito que você fala parece até que não conhece ele. Ele teria que enfrentar o pai para esse possível bebê nascer, e isso é uma coisa que ele nunca vai ter coragem para fazer.

- Não o subestime.

- Os problemas não acabam por aí. Digamos que o pai dele aceite esse provável bebê, ainda tem a minha mãe. Se ela descobrir que eu não sou mais virgem, ela me põe para fora de casa. E eu só tenho 17 anos, como eu criaria ele? Viveria às custas do dinheiro do Matheus?

- Você nem mesmo tem certeza se o filhote de Bia realmente existe. Pode ser apenas um mal-estar, ou sei lá. Faça o teste, se der positivo, você começa a pensar nos problemas. Mas não se desgaste tanto quando ainda tem a chance de dar negativo. - Ela suspirou. - Há quanto vocês transaram? É impossível ficar grávida em tão pouco tempo, então imagino que foi antes da viagem.

- A primeira vez foi antes de você chegar.

- Faça o teste - Eu suspirei.

- Está bem, eu faço o teste quando voltarmos para casa.

- Ótimo. - O cenho dela estava levemente franzido - Esquece isso, nós só temos mais quatro dias aqui, e eu quero aproveitar. - Ela suspirou e tentou dar um sorriso, que mais pareceu uma careta de dor. - Vamos para a piscina? - Ia ficar em pé, mas Bia puxou meu braço.

- Não tão rápido. Você acha que eu vou deixar passar a cena com o Tomás? Me conta tudo.

- Não tem nada para contar.

- Como não tem nada? Vocês estão namorando ou o quê?

- Eu não sei. - Ela fez uma uma expressão confusa.

- O que vocês são?

- E-Eu não sei. - Essa conversa estava me deixando nervosa.

- Como você pode não saber de nada sobre o seu relacionamento?

- Não é um relacionamento. Quando voltarmos para casa, ele vai voltar a ser apenas meu irmão postiço.

- Você não quer nada sério?

- É claro que eu quero. Quer dizer, eu não sei. É complicado.

- Então descomplica, .

- Esquece isso. Vamos pra piscina!- Ela bufou.

- Tá.

Coloquei meu melhor biquíni e um short jeans cintura alta. Tudo que eu queria era ficar o dia todo deitada em uma boia tomando qualquer coisa e me bronzeando, mas era impossível ter paz quando se é amiga das três coisinhas do amor, vulgo Matheus, Tomás e Bia.

Matheus se aproximou da minha boia, agindo como se eu não pudesse ver ele. E quando chegou ao meu lado, pretendia virar a boia. Mas euzinha aqui era mais esperta que ele.
Pulei em cima dele no primeiro descuido, e comecei a sacudir sua cabeça.

- Caralho. Você é louca, alguém me ajuda.- Gritou por ajuda, mas todos só começaram a rir. Parei por um momento e o lancei um olhar fulminante.

- Do que você me chamou? - Perfuntei entre dentes e devagar.

- De sereia. Eu juro. - Deu um sorriso amarelo.

-Ah bom, acho que ouvi errado. - Sorri vitoriosa.

Eu pretendia continuar a "brincadeira", mas uma música que eu amo começou a tocar nas caixas de som de um dos alunos, e eu quis ouvir. Procurei Tomás com o olhar e o vi sentado na borda da piscina.

Seus olhos azuis faíscaram quando encontraram os meus, e a familiar sensação na barriga tomou conta de mim, e fiquei parada ali, Parecia que só havia eu e ele ali. Nada mais importava.

E foi nessa manhã ensolarada, que eu percebi que estava apaixonada por Tomás Alvim.

O Meu Melhor Erro (Hiatus e  Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora