Capítulo 30

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"Don't wanna break your heart
I wanna give your heart a break
I know you're scared, it's wrong Like you might make a mistake There's just one life to live
And there's no time to waste"

" Não quero partir o seu coração Só quero dar um tempo ao seu coração
Eu sei que você está assustado, é errado
Como se você fosse cometer um erro
Só temos uma vida para viver
E não temos tempo para desperdiçar
Então, deixe-me dar um tempo ao seu coração"

-(Give Your Heart a Break - Demi Lovato)

-

Sexta-feira chegou e eu me encontrava no meu quarto, andando de um lado para outro. Não sabia porque estava nervosa, mas aquele friozinho na barriga não ia embora de jeito nenhum.

- Filha, você está bem? - Não havia notado a minha mãe apoiada no batente da porta. Finalmente parei de andar e me virei para ela.

- ótima. Por quê?

- Nada demais. É que falta muito pouco para você fazer um buraco no chão. - Ela deu uma breve risada - Mas, de verdade, se tiver alguma coisa te incomodando, pode me falar.

- Eu sei, mãe. Não é nada.

- Hm, e eu posso saber o nome dele? - Perguntou depois de alguns instantes.

- De quem? - Tentei parecer o mais calma possível, mas estava começando a ficar constrangida.

- Do garoto que está te deixando assim.

- Não é ninguém.

- Certo...Você não quer me falar. Tudo bem. - Pareceu um pouco abalada.

- Mãe... - Me aproximei apreensiva, não queria magoar ela.

- Estou brincando. - Ela deu um leve beliscão na minha bochecha. Eu sabia que essa "brincadeira" tinha um fundo de verdade. - Mas quando quiser conversar, é só chamar. - Assenti e ela beijou o topo da minha cabeça.

Depois do momento mãe e filha eu fiquei mais tranquila. Esperei Tomás enquanto olhava minhas redes sociais, e por volta das 19:00 ele bateu na porta do quarto. Foi inevitável olhá-lo de cima a baixo quando abri a mesma.

- Oi. - Dei um pequeno sorriso.

- Oi. - A voz um pouco rouca o deixava ainda mais tentador, e tive que me segurar para não agarrá-lo ali mesmo. - Vamos?

- Claro.

Nós descemos e o Bruno estava no sofá assistindo à um programa infantil com o Chris.

- Pai, nós vamos encontrar com uns amigos no cinema. Vou levar o carro, ok? - Tomás avisou.

- Tá, e cuidado.

Tomás pegou a chave e nos dirigimos para o carro. Não consegui manter meus pensamentos para mim mesma, e acabei falando:

- Eu pensei que fôssemos só nós dois. - Estava caminhando e olhando para o chão. Não conseguia o encarar, mas percebi que ele olhou para mim e deu uma risada.

- Vai ser só nós dois, é que eu não acho que é o momento certo para falar para o meu pai sobre nós.

"Nós"? O que isso significa?

No carro, percebia que ele lançava olhares na minha direção e sorria. E aquilo era bom, ver que eu causava a mesma reação que ele me causava.

No cinema escolhemos um filme que ambos queríamos ver, mas acabou que não prestei muita atenção. Eu normalmente assistia o filme de fato. Mas dessa vez foi muito difícil. Além de estar tão lindo ao ponto de me fazer suspirar toda vez que o olhava, ele acariciava minha coxa de um forma que estava me deixando com calor e quando ele a apertou de leve, foi a gota d'água do meu autocontrole.

Mas o fato de estarmos em um lugar público limitou a experiência.

Nem preciso falar que foi a melhor sessão de cinema que já fui.

- Então, quer comer alguma coisa? - Ele perguntou e enlaçou nossas mãos, sem medo de que alguém visse.

- Pizza.

- Pizza? - Ele ergueu as sobrancelhas. Fingi estar com raiva.

- Algo contra pizza?

- Claro que não. - Se apressou em dizer. Abri um sorriso largo.

- Ótimo. Porque toda essa noite teria sido inútil se você não gostasse de pizza. - Brinquei. Ele ergueu as mãos em forma de rendição.

- Ok. - Riu - Vai ser pizza, então.

Por um momento divaguei sobre nosso caminho até o carro, assim que saímos de casa. Será que esse seria um bom momento para perguntar o que "nós" signifiva? Provavelmente não. Ele virou para mim, com preocupação estampada no rosto.  Nem tinha percebido que parei de andar.

- Está tudo bem, Olívia ? - Ele perguntou, segurando o meu rosto com as duas mãos, me olhando nos olhos e próximo o bastante para que eu percebesse todos os detalhes de seu rosto.

- Está sim.

- Então por que você parou?

- Talvez eu quisesse você perto o bastante para te beijar. - Ele sorriu de lado, se aproximando aos poucos.

- E o que você está esperando? - Ele parou, a milímetros da minha boca, esperando que eu avançasse. E eu fiz isso, mas assim que selei nossos lábios, ouvi um "Olivia". Reconheceria a voz em qualquer lugar.

Me afastei rapidamente e me coloquei a um metro de distância de Tomás. Encarei a figura da mulher com a expressão surpresa e senti um arrepio percorrer todo o meu corpo.

O Meu Melhor Erro (Hiatus e  Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora