Capítulo 10

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De volta ao hotel, eu e Bia ficamos caminhando em uma passarela que ia de encontro com a praia. O vento batia e bagunçava nossos cabelos.

Recebi uma mensagem de Matheus, parei de andar para conseguir ler.

Teteu : Gata, você é McDonalds? Porque eu amo muito tudo isso.

Não consegui evitar a risada. Ele ficava cada vez pior.

Eu : Tá faltando inspiração ou internet? Você pode fazer melhor, Teteuzinho.

Teteu : Com esse rostinho aqui, essa até que da pro gasto.

Revirei os olhos com o quão convencido ele era.

Bia me olhou franzindo o cenho. Olhou a mesagem e sua expressão mudou.

- E você e o Math? Estão tendo alguma coisa? - Tentou soar casual, mas percebi que estava com ciúmes.

- Quê? Claro que não, ele é só meu amigo.

- Não parece que ele é só seu amigo.

- Ele está só brincando. Você acha mesmo que alguém passaria essa cantada a sério? Deus me livre. - A tranquilizei - E além disso, eu meio que gosto de outra pessoa. - Percebi o interesse tomar conta de seu rosto.

- Quem?

- Um segredo por outro - Ela se encolheu, um pouco tímida, e voltou andar.




Mais tarde nós quatro fomos tomar açai em um tipo de sorveteria.
Chamei Tomás para andar pela pequena cidade, queria deixar Bia e Math sozinhos, vai que rola, né.

- O que você queria conversar? - Perguntou enquanto caminhava ao meu lado. Meu Deus, será que tinha como ele ser mais lento?

- Vocês não percebem nada mesmo, não é?

- Eu percebo, sim. - Se defendeu. - Só tenho que pensar um pouquinho mais para saber o quê.

- Duvido. Mesmo que esteja estampado na cara da pessoa, você não percebe. - Eu senti o foco mudar sutilmente de Matheus e Bia.

Sobre o quê, exatamente, estamos falando? - Suspirei.

- Sobre nada, Tomás.  - Ele parou e segurou meu braço levemente.

- Me fala, Olivia. - Ah, normalmente eu amo quando ele fala meu nome, mas acho que hoje devo estar mais sensível que o normal.

- Já falei que não é nada.

- Eu sei que tem alguma coisa te irritando. Mas eu não sei ler mentes ainda, então preciso que você me fale.

- Bem, no momento a coisa irritante é você.  - Cruzei os braços e ele ergueu uma sobrancelha. Bufei - Você realmente não percebe? - Tá, talvez eu estivesse querendo algo além da capacidade de um ser humano normal. Mas eu duvido que um cara com a experiência dele não percebesse os sinais que meu corpo dava sem minha autorização.

- Não percebo o quê? - Ele sabia. Eu podia dizer pela expressão no rosto dele que ele sabia exatamente do que eu estava falando.

Ele tinha o mesmo medo de dar o primeiro passo definitivo. Ou talvez ele quisesse me torturar.

- Nada, nós podemos voltar para a sorveteria? - Voltei ao meu tom de voz normal. Percebi que estava fazendo confusão por nada.

- Não até você me falar. - Cruzou os braços também, mas com um sorriso tomando conta de seu rosto perfeito. Suspirei pesadamente.

Que garoto insistente. Mas quer saber? Foda-se. Quero pegar ele mesmo, não precisa ser nada mais que isso. Certo?

- Eu..- Fui interrompida por Bia.

- O que vocês estão fazendo? - Ela e Matheus estavam de mãos dadas. Tomás soltou as mãos ao lado do corpo, enquanto respirava profundamente olhando para o céu. Um sinal de frustração.

- Nada. - Já estava virando para continuar a andar, quando Tomás segurou meu braço novamente.

- Espera, me fala. Eu preciso que me fale.

-  Esquece, não era nada importante. - Forcei um sorriso. Soltei meu braço e fui andando na frente de todos.

O Meu Melhor Erro (Hiatus e  Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora