Capítulo 4

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Desculpa qualquer erro
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Ele estava ali, parado, na minha frente, tão surpreso quanto eu.
Eu senti uma coisa dentro de mim se remexendo, eu queria gritar. Gritar com ele, gritar com minha mãe por te se casado, queria gritar até com o Bruno.
Isso só pode ser o destino me pregando uma peça. A sensação era de ter uma pessoinha dentro de mim martelando o meu coração.
O único garoto por quem eu me interessei em anos, é meu irmão postiço. Eu não sei por que isso tem que acontecer logo comigo. Eu só queria pelo menos uma coisa boa na minha vida.

- Filha, cadê as boas maneiras? - Minha mãe me tirou do transe.

- Hã?

- Não vai cumprimentar seu irmão? - Irmão, essa palavra me causou arrepios. E o sorriso estranho que minha mãe exibia não ajudou nem um pouco.

- Ah, claro. - O cumprimentei de maneira mecânica.

Fomos todos para a mesa e o Tomás não disse nenhuma palavra, ele só me encarava. E eu fazia o mesmo.
Eu não deveria estar com raiva dele, mas eu estou. Eu estou com raiva por ele ter ido falar comigo, por ele ter sido tão divertido, engraçado, lindo e...não importa mais.

Em um momento do jantar minha mãe falou que Bruno conseguiu dar um jeito de me matricular na escola de Tomás, embora não fosse ser uma aluna comum. Eu não entendi o porquê, não conseguiria me formar lá e teria que fazer o supletivo de qualquer forma. Ela apenas respondeu que faria bem para minha saúde mental conviver com pessoas da minha idade. Como se ela se importasse com a minha saúde mental.


Acordei com minha mãe me chamando.

- Filha, acorda, vai se atrasar para a escola.

- Argh. - Bufei, mas logo levantei e fui me arrumar. Eu ainda estava tentando ver o lado bom em ir para a escola sem precisar, e estava falhando miseravelmente.

Estavam todos na mesa, exatamente como ontem. Mas vi que Tomás e Bruno já tinham terminado, e se retiraram assim que cheguei.

- Bom dia. - Falei quando entrei no cômodo.

- Sério? Não parece que você acha isso. - Minha mãe provocou.

- Hm, falei por educação.

- Tá bom, agora come. - Ela botou o prato na minha frente - Ah, e tudo bem se o Tomás te levar pra escola?

- Por que ele?

- Eu vou ter que trabalhar. E qual o problema se ele te levar? - A encarei por alguns segundos. Sério? E eu cheguei a acreditar que ela tinha alguma sensibilidade.

- Nenhum.

Ela me encarou desconfiada mas depois voltou a comer.
Sai da cozinha e Tomás estava me esperando.

-Bom dia. - Ele falou comigo pela primeira vez desde o parque.

- Bom dia... de novo.

Ele foi até o carro e entrou, eu entrei no banco do passageiro. O caminha foi feito em um silêncio desconfortável.

Nem tínhamos chegado ainda, mas eu já estava suando litros. Só fico pensando no que vão dizer quando e se descobrirem que vivi em coma, sempre descobrem coisas assim e nunca resulta em algo bom, não no colegial. As pessoas são más no colegial.

Chegamos em frente a escola, era enorme em comparação à que eu costumava frequentar e vários alunos já transitavam por ali. Eu nem imaginava que aquele bairro que chamavam de cidade chegava a ter essa quantidade de habitantes.

- Vem, eu te levo na coordenação. - Disse assim que saímos do carro e estendeu a mão.

- Eu vou sozinha.

- Não, eu insisto - Hesitei, porém segurei a sua mão. Uma parte racional de mim sabia que não era necessário segurar a mão dele para o acompanhar, mas a parte irracional queria. Um pequeno choque percorreu meu corpo quanto o toquei. Sua mão estava quente, e isso era bom.

Andamos por um bom tempo e ele continuava segurando minha mão.

- Onde é a coordenação? Do outro lado da cidade?

- Ali. - Apontou para uma porta aberta.

- Pode ir para aula. Não quero que se atrase.

- Qualquer coisa me chama. Sou do 3°B.

- Ok. Obrigada. - Ele soltou minha mão e foi para a sala. Fiquei imaginando quando iríamos falar do elefante na sala.

Fui até a coordenação e lá estavam a secretária e um garoto que estava sentado em uma das cadeiras.

- Bom dia, meu nome é Olivia Maldonato, eu vim pegar meus horários.

- Claro - Mexeu em alguns papéis e logo me entregou um - A sua primeira aula já começou, porém você terá que esperar para falar com o coordenador.

Sentei e fiquei esperando, pelo visto ia demorar.

O Meu Melhor Erro (Hiatus e  Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora