Capítulo 26 - Resident Evil

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— Nick? Kitty? Vocês conseguem me ouvir? — Hank chamou. — Nick? Respondam, por favor.

O silêncio foi cortado apenas pelo chiado estático, pesado e implacável. Hank apertou o botão do walkie-talkie novamente, levando-o próximo da boca, a voz um tanto vacilante.

— Nick, Kitty, falem alguma coisa!

Nada.

Desalento, Hank soltou o walkie-talkie sobre a mesa, esfregando o rosto com as mãos, visivelmente irritado e desanimado. Zoe, tremendo de ansiedade, se aproximou e agarrou o braço dele, pedindo quase em um sussurro desesperado.

— Tenta de novo, por favor... — Seus olhos estavam tomados de medo, implorando por um sinal de vida da sua filha.

Hank a olhou com um misto de pena e preocupação, e, hesitante, pegou o walkie-talkie mais uma vez, pronto para tentar mais uma vez.

— Não adianta ficar insistindo nisso, Hank — Lance interveio, sua voz fria e direta. — É uma causa perdida. Já faz mais de cinco minutos que perdermos o contato. Alguma coisa aconteceu com eles.

— Dá pra você parar com esse pessimismo, doutor? — Lucy disse, com os olhos faiscando. — Esse seu jeito só tá deixando todo mundo mais nervoso!

Lance a encarou de volta, com uma expressão dura e ferida.

— Pessimismo? — Lance a encarou de volta, com uma expressão dura e ferida. — Só estou sendo realista.

— Poderia ser realista de boca fechada então, por favor?

— Não vou tolerar arrogância comigo, mocinha — Lance se demonstrou irritado outra vez, cruzando os braços. — Vocês já me causaram problemas demais hoje.

— Não fui eu quem trancafiei pacientes em uma quarentena.

— Olha, eu fiz o que tinha que ser feito na quarentena, e faria de novo se precisasse. Se os infectados tivessem ficado nos mesmos quartos que os outros pacientes, a situação do hospital seria ainda pior, Lucy! Eu sei que vocês nunca vão entender e vão sempre me odiar por isso, mas como diretor médico, fiz o necessário.

Lucy cruzou os braços, com o semblante irritado, enquanto Zoe baixava a cabeça, cada vez mais aflita.

— E se acham que ainda há uma chance de sairmos desse hospital... sinto informar que a resposta é bem amarga — Lance então finalizou, com um tom sombrio.

Abbie, que até então havia se mantido em silêncio, observando o desenrolar do conflito, finalmente deu um passo à frente. Ela olhou de Lance para Lucy, então para Oliver e Zoe, sua expressão uma mistura de cansaço e determinação.

— Chega — disse ela, a voz calma, porém firme. — A última coisa de que precisamos agora é desespero e sentimento de derrota — Abbie olhou com o semblante sério para Lance. — Nick e Kitty estão lá fora, arriscando a vida por todos nós. E eu me recuso a aceitar que tudo isso foi em vão. Qual é? Não podemos desistir. Eles não merecem isso aqui. Se alguém tem fé, ajude rezando. E se alguém tem coragem, essa é a hora de demonstrar.

— E o que sugere que façamos? — indagou Lance, impaciente. — Enviar mais de nós para o banquete lá fora?

— Ah céus — Zoe resmungou, dando as costas para o médico e caminhou de braços cruzados em direção à porta.

— Ah sim, claro, estou sendo pessimista outra vez — Lance se afundou na cadeira, o semblante carregado de frustração.

— Isso não nos ajuda em nada, Lance — Abbie ponderou. — Estamos todos cientes do que está em jogo aqui. Mas apontar dedos e fazer comentários sarcásticos não vai mudar a situação. Precisamos pensar em soluções.

Zombie World: A Origem (Versão Estendida) - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora