Capítulo 28 - Silent Hill

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Nick andava de um lado para o outro, com os passos ecoando levemente naquela grande sala de energia. Ele passava as mãos pelos cabelos, claramente inquieto. Kitty, ainda sentada no chão, mexia no ferimento da perna. Tentava cobrir o parafuso com um pedaço de tecido improvisado, fazendo caretas enquanto o fazia.

— Vai acabar piorando isso aí, sabia? — disse Nick, sem parar de caminhar.

— E você vai acabar cavando um buraco no chão se continuar andando assim — retrucou Kitty, apertando o pano com mais força ao redor da perna.

Nick bufou e parou, cruzando os braços.

— Não sei como você consegue ficar tão calma. A gente tá preso aqui, sem saída. Um hospital cheio de... zumbis.

— Não é questão de calma — Kitty deu um leve suspiro e olhou para ele. — É que, diferente de você, eu não tenho energia sobrando pra desperdiçar andando em círculos.

— Ok, ponto pra você. Mas sério, o que a gente faz agora? O plano era simples: religar a energia, sair rápido. E olha só onde estamos. Na sala de energia sem poder religar a energia.

— O plano era às cegas, Nick — Kitty rebateu, levantando a sobrancelha. — Nenhum de nós sabíamos que o gerador de energia do hospital teria sido sabotado.

Ele deu de ombros, mas não conseguiu disfarçar a ansiedade.

— Eles devem estar preocupados conosco.

— Preocupados? — Kitty soltou uma risada curta, mas genuína, enquanto terminava de ajustar o curativo improvisado. — Cara, se os celulares ainda tivessem funcionando, minha mãe já teria me ligado trezentas vezes.

Nick finalmente se sentou no chão, de frente pra ela, parecendo menos agitado.

— Queria poder dizer o mesmo — ele falou, com um semblante de decepção.

Kitty olhou para ele, com um misto de surpresa e pena em seus olhos.

— Sei que não é hora para isso, mas...

— Não é hora para isso — ele respondeu rápido, evitando tocar nesse assunto tão particular para ele. Kitty arregalou os olhos para ele, e então se conteve. — Desculpa, mas é difícil para mim.

— Tá tudo bem. Também não sou uma boa psicóloga para estes tipos de situações.

Impaciente, Nick se levantou e suspirou bem fundo. Colocou uma mão na cintura e olhou para os cantos da sala, apontando com a lanterna. Era nítido que ele estava planejando algo, mas nem mesmo ele sabia o que. E, então, retomou sua inquietação, andando de um lado para o outro como se estivesse tentando furar o chão.

— Sabe, eu sempre pensei que se o mundo acabasse, pelo menos teria alguma coisa épica, tipo explosões ou, sei lá, alienígenas invadindo. Não... isso.

De repente, ela sentiu uma fisgada mais forte no ferimento e, sem pensar, deu um chute de reflexo. Seu pé acertou algo sólido à sua frente, coberto por um lençol azul encardido. O impacto fez um barulho abafado de líquido balançando dentro de um recipiente.

— Que... droga foi isso? — murmurou, franzindo a testa.

Nick parou de andar e olhou na direção dela.

— O que foi agora? Vai me dizer que chutou um zumbi adormecido?

— Só se ele estiver bem hidratado — Kitty estreitou os olhos, desconfiada, e usou o outro pé para levantar uma ponta do lençol. Debaixo dele, apareceu um galão de gasolina.

— Hã... isso é estranho — ela tentou se levantar, ainda mancando, para inspecionar melhor.

— Kitty, o que você tá fazendo? — Nick perguntou, inclinando a cabeça enquanto a observava mexer naquele objeto.

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⏰ Última atualização: Nov 22 ⏰

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