Por volta das nove da manhã, Sandra entrou no quarto de Nely e a encontrou sentada na cama, segurando o revólver.— Nely. Tudo bem?
Nely olhou para Sandra e sorriu. Sandra sentou-se ao lado dela e colocou a mão nas suas costas.
— Vai levar essa coisa?
Nely pegou o papel que tinha encontrado no envelope pardo e o entregou a Sandra. Ela leu e olhou para Nely, abismada.
— Mas o que é isso, Nely?!
— É ele, não é? É o Codder?
— Você acha que é?
— Quem mais poderia ser?
— Não devíamos...
— Ir à polícia? O que a polícia fez até agora?
— Nely, isso é sério. Se o Codder está...
Nely se levantou.
— Eu vou ficar bem. Eu tenho isso e sei atirar.
— Eu sei, mas... mas eu fico preocupada.
— Não precisa. — Nely suspirou. — Está tudo pronto?
— Está, só falta você.
— E o Márcio não veio?
Sandra sorriu.
— Infelizmente, eu acho que ele não vai.
Nely suspirou e sorriu. Sandra a abraçou, e Nely começou a chorar. As duas ficaram ali por alguns segundos. Nely se recompôs e enxugou as lágrimas.
— Vamos nessa merda de viagem, e seja o que Deus quiser.
Nely enfiou a arma na bolsa.
— Me ajuda com essa tralha?
— É claro.
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Eu ainda sei onde você está
HorrorDois anos após os terríveis acontecimentos que moldaram sua vida para sempre, Nely vive com sua amiga Sandra, ainda assombrada pelos fantasmas do passado que povoam e corroem sua mente. Ela e alguns amigos estão prestes a fazer uma viagem a uma faz...