27 - Confissão sem entusiasmo

132 8 7
                                    

A atmosfera estava cheia de tensão. As lágrimas de Miriam escorriam enquanto ela se virava para olhar para mim. Quando viu meu silêncio, a pequena mulher estendeu a mão e sacudiu meu ombro, perguntando insistentemente.

— Você é surda, mas nunca contoua a Miriam?

— A Get contou a você?

— Importa quem me contou? A questão é que Miriam sabe agora e está perguntando a você. — Depois de sacudir meu ombro, Miriam apertou seu aperto, pressionando com mais força como se tentasse me empurrar. — Estou está lhe dando apenas três chances de mentir, e você já usou a primeira.

— Ah?

— Você mentiu que a música era linda, mesmo que não houvesse música tocando. — Ouvindo que minha primeira chance já estava perdida, rapidamente me sentei ereta para explicar.

— Got não queria que você se sentisse triste com o corpo dela. Sério, Got vive uma vida normal. Mesmo que ela só ouça de um lado, ela ainda consegue ouvir.

— Mesmo que você consiga ouvir com um ouvido, significa que você já é surda de um lado.  Quando você estava planejando contar?

“…”

— Ou você ia esperar até ir embora?

Então Miriam começou a soluçar novamente, e eu estendi a mão para tocar seu ombro para confortá-la, mas ela afastou minha mão.

— Eu sou sua parceira. Eu mereço saber o que você está passando. — A pequena mulher deitou a cabeça no travesseiro e chorou, embora tivéssemos acabado de compartilhar um momento de amor. No entanto, transformou-se em uma atmosfera dolorosa que me fez sentir culpada.

— Se você souber... vai embora? — Descansei meu queixo em seu ombro pálido enquanto ela estava deitada de lado, chorando baixinho. — Got te ama mais do que você pensa.

— Miriam só vai te deixar se te odiar.

“…”

— E a única coisa que a faria te odiar é se você mentisse.

Com meu braço direito, enrolei em volta de seu pequeno corpo e aninhei meu rosto no ombro de Miriam, finalmente concordando.

— Tudo bem, eu vou te contar. — Decidi, fazendo Miriam se deitar para me olhar com os olhos marejados. — Não vou mais mentir para você. Pergunte o que quiser.

Miriam colocou as duas mãos no meu rosto e esfregou os polegares nas minhas bochechas, como se tentasse alisá-las. Apreciando seu toque, esfreguei meu rosto afetuosamente contra suas pequenas mãos, como um gato tentando receber afeição.

— Você é surda de um ouvido, não é?

— Sim.

— De que lado?

— Do lado direito.

A pequena mulher estendeu a mão para tocar o lóbulo da minha orelha no lado surdo, parecendo que estava prestes a chorar de novo, então balancei a cabeça.

— Não chore. Eu disse a verdade, então você tem que prometer não chorar.

— Como isso aconteceu?

Explicar foi a parte mais difícil. Como eu poderia inventar uma razão que fizesse sentido para uma doença que acabou de aparecer? E o mais importante... a razão pela qual fiquei assim foi por causa do meu desejo pela felicidade de Miriam.

Eu nunca lhe contaria esse motivo e continuaria assim.

— Houve uma época em que houve bombardeios em Bangkok. — Embora eu não quisesse mentir, tive que criar uma situação plausível. — Eu estava na área e fui pega pela explosão. É por isso que minha audição foi embora. E não é só o ouvido... você provavelmente notou outra coisa também.

GOD Vol.2 - Quando Deus tem amor Onde histórias criam vida. Descubra agora