36 - Último desejo

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— Não se preocupe. Estou segura. Estou com Mi no condomínio agora.

[Eu não deveria estar mais preocupada em estar com ela? Por que você não atendeu todas aquelas ligações? Achei que você tinha perdido a memória de novo! Você está tentando me deixar louco?]

A voz frenética de Ongsa soou no viva-voz do telefone. Eu ri baixinho antes de responder calmamente, sabendo que ele estava apenas preocupado.

— Ainda não cheguei em casa. Mas pelo menos você pode ouvir minha voz, certo? Se houver alguma coisa, é só me ligar de volta.

(Volte para casa agora mesmo!)

— Espere só um pouco.

[God!]

Eu desliguei rapidamente, rindo do tom sério dele sem perceber que Miriam estava ouvindo minha conversa por um tempo. Ela interrompeu, soando um pouco zombeteira.

— Você é toda sorrisos, falando e rindo, mas você alega que não estão juntos.

— Nós realmente não estamos juntos, ou se você quer que estejamos, acho que está tudo bem. Nós fomos a um encontro hoje, mas você arruinou meu dia perfeito antes — Provoquei, provocando a garotinha que estava sentada ali com os braços cruzados, fazendo beicinho para mim.

— Qual parte é verdade e qual não é? Você diz que não estão juntos, depois diz que foram a um encontro.

— Não importa o que eu diga, você não vai acreditar em mim.

— Como você pode ir a um encontro se ainda não terminamos?

— Você me odeia, mas não quer terminar. Como eu deveria me sentir sobre isso?

— Você deveria se sentir irritada e chorar! Eu quero ver você chorar! — Miriam se levantou, me confrontando. — Você não está com raiva?

— Sobre o quê?

— Sobre como eu te deixei na beira da estrada! Você nem gritou comigo.

— Bem, você veio antes que eu pudesse me sentir triste.  Honestamente, você deveria ter me deixado entrar no carro com um estranho.

— Eu não posso! E se eles fizessem algo com você?

— Você ficaria satisfeita, certo?

— A única pessoa que pode te machucar neste mundo sou eu! Lembre-se disso!

Olhei para minha amada com afeição. Era um ódio que parecia mais possessividade e preocupação do que raiva, tornando difícil ficar brava com suas palavras. Miriam, vendo que eu permaneci em silêncio e continuei sorrindo, começou a ficar frustrada.

— O que há com esse sorriso?

— Nada. Eu só não sei o que dizer, então sorrio. A propósito, por quanto tempo você vai me manter trancada?

— Não tenho certeza. Não tenho nenhum plano... e se você de repente adormecer e não acordar? Pelo menos comigo por perto, você não vai morrer.

— Se eu morrer, você ficaria triste?

— Não.

— Então me deixe morrer! Senão, por que eu te amaldiçoaria para me odiar?

— É a mesma coisa! —  Miriam levantou a voz imediatamente, andando de um lado para o outro como um rato enjaulado. — Porque sua maldição me faz odiar você tanto que me deixa louca, mas eu não quero que você morra! Não suporto a ideia de você sentir dor! Que tipo de sentimento distorcido é esse?

“...”

— Se você vai competir, por que não competir consigo mesma? Competir para me deixar assim. Você sabe o quão atormentador é? Eu não consigo ser eu mesma!

GOD Vol.2 - Quando Deus tem amor Onde histórias criam vida. Descubra agora