Desesperada

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Carrego o gosto amargo do cimento,
Transbordando em mim uma vontade de tormento.
Entre a vida e a morte, um dilema cruel,
Um futuro sombrio, um pesar tão fiel.

Por que desejo o fim, se temo o amanhã?
Se o futuro é doce ou veneno que corrói meu coração?
Um veneno terrível que, em silêncio, me mata,
Um desejo insaciável de escapar dessa jornada ingrata.

E se eu me tornar como aqueles que me feriram,
Traumatizada e desesperada, em sombras consumida?
Sufocada pela vida, mergulhada em névoa gélida,
O que restará além de uma existência perdida?

Entre a vontade de encerrar e a dúvida que persiste,
O sabor do cimento é uma dor que resiste.
Cada passo é um eco, um grito a se perder,
No labirinto da vida, onde a esperança se vê a fenecer.

A morte, um abraço que me chama com fervor,
Um alívio sombrio, um anseio pela dor.
Em meio à escuridão, um eco de tormento,
A vida é um cárcere, e eu sou o lamento.

Desesperada, busco um alívio, um final,
Uma fuga das correntes, um desejo brutal.
Mas mesmo na penumbra, uma chama ainda arde,
Um desejo de viver, mesmo quando tudo é tarde.

Na fragilidade da alma, a luta persiste,
Um sussurro de esperança que o abismo resiste.
E, enquanto a loucura me sussurra ao ouvido,
Eu grito em silêncio, no meu caos contido.

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