Puta da vida

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Toma vergonha na cara, se é que você tem,
Me adiciona, mas a liberdade não se ofende,
Familiar ou estranho, não importa, não vem,
Só não me grave, essa regra eu não entendo.

Me sinto um coffee make, escondendo a verdade,
Fugindo das lentes, das garras da sua visão,
Desnudando a alma, a fragilidade,
Mas você não vê, só clica na ilusão.

Eu odeio ainda mais, se no banheiro estou,
E você vem deitar, tirar foto, me gravar,
Me deixe em paz, ué, se manca, eu não sou
Um objeto, um brinquedo, pra você me fotografar.

Como um eco sufocado, um grito na escuridão,
No espaço sagrado, onde o respeito se esvai,
Gravar o que faço, é invasão da emoção,
No banho, no banheiro, onde a privacidade não vai.

Não sou industrializada, sou carne e emoção,
As regras que impõe são correntes, um peso,
Posso ser seu filho, sua genitora ou não,
Mas cada click é um corte, um novo desprezo.

Sinto a invasão, a falta de escolha,
Trata-me como imagem, não como alguém que é seu,
Eu só quero ser vista, em paz e em liberdade,
E que respeite meu ser, meu espaço, meu eu.

Eu odeio câmeras, odeio que me gravam,
Fotos tiradas sem minha permissão,
As regras não são suas, não sou sua propriedade,
E antes de me fotografar, pergunte, é a lição.

Meu corpo é meu templo, minha mente, meu lar,
Que eu possa existir, sem ser um objeto,
Que o respeito floresça, onde o amor pode estar,
E que me vejam como sou, não como um mero reflexo.

Cicatrizes e Flores: A Jornada de Dor Amor e Renascimento Onde histórias criam vida. Descubra agora