Dante empurrou a porta do bar discreto, o ambiente envolto em um aroma de tabaco e música suave. Ele já sabia o que o aguardava. Não era uma conversa fácil, e o tom de Sebastian era previsível. O homem estava sentado em uma mesa no canto, com os braços cruzados e a expressão carrancuda.
- Olha quem decidiu aparecer. - Sebastian o recebeu, a voz repleta de ironia. - Pensei que você tivesse desaparecido em um buraco qualquer.
Dante se deixou cair na cadeira, desinteressado. - Não sou um animal de estimação para você ficar chamando. O que você quer?
- O que eu quero? - Sebastian arqueou uma sobrancelha, a frustração evidente em seu tom. - Eu quero saber por que você não está fazendo nada para ajudar aquele garoto! Ele não sabe o que está acontecendo, e você só fica aí, agindo como se isso não fosse problema seu!
- Primeiramente, baixe o tom para falar comigo. Não és ninguém maior que eu para falar assim. E aquele ruivo é só um garoto, Sebastian. Não tenho a obrigação de salvá-lo. - respondeu Dante, sua voz arrastada.
- Perdão, senhor! Mas ele se tornou sua obrigação e sua responsabilidade assim que você decidiu marcá-lo! - Sebastian disse firme. - Você acha que é só um jogo? Ele está se colocando em risco, e você se recusa a ver isso!
Dante cruzou os braços, já cansado daquela discussão. - Você acha que vai me convencer com esse drama todo? O garoto precisa aprender a se defender, e não posso ser o responsável por isso.
Sebastian o encarou com desdém. - Ele não sabe nem quem você é, Dante! Você realmente acha que pode ficar em cima do muro enquanto ele se afunda nesse mundo perigoso?
Dante respirou fundo, tentando manter a calma. - Você também não sabe quem eu sou e se continuar me enchendo o saco, vai virar comida de Lilith. Lembre-se onde é o seu lugar e como deve se referir a mim. O que você quer que eu faça? Não posso me envolver com ele. Isso não é problema meu.
- Você pode não se importar, mas eu me importo! E, se continuar assim, vai acabar se arrependendo quando for tarde demais! - Sebastian disse, gesticulando com força.
Dante olhou para o copo na mesa, evitando o olhar de Sebastian. A verdade era que ele sabia que o garoto precisava de ajuda, mas a ideia de se envolver o deixava inquieto.
- Você precisa parar de agir como se fosse o salvador dele, Sebastian. O garoto precisa descobrir isso por conta própria. - respondeu Dante, a indiferença na voz.
Sebastian revirou os olhos, frustrado, mas sabia que discutir com Dante era como falar com uma parede. O homem sempre estava a um passo de se desconectar das coisas que realmente importavam.
Dante ficou em silêncio, sua expressão endurecida. Enquanto estava pensativo, algo dentro dele começou a se agitar, uma pequena dúvida que ele tentava ignorar. Ele se perguntou como Sebastian sabia tanto sobre Órion. Mas, então, lembrou-se da capacidade de seu clã de obter informações. Eles sempre estavam bem informados, sabendo mais do que deveriam.
Dante saiu do bar, deixando Sebastian sozinho com suas frustrações.
🧛
Eaí, leitores! Capítulo bem pequeno, eu sei.
Espero que estejam gostando e até o próximo capítulo.
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Cœur Enchaîné.
VampireEm uma cidade onde as sombras parecem ter vida própria, o destino de dois homens se entrelaça por uma marca que nenhum deles escolheu. Todos sabem que existem vampiros aos arredores - alguns bons, outros mais sombrios - mas entre eles, há um que se...