Cœur Enchaîné.

Capítulo XI - Marca e Consequências.

Dante se encontrava afastado da cidade, isolado em um banco de madeira sob a sombra de uma árvore antiga. O silêncio era perturbador até o momento em que o celular vibrou no bolso de sua jaqueta. Ele deu uma olhada no visor, o nome "Sebastian" brilhando na tela. Com um suspiro pesado, atendeu.

— O que você quer? — sua voz gélida cortava o ar.

— Dante, preciso que venha para a minha casa.. — A urgência no tom de Sebastian não passou despercebida.

— Sempre tão dramático... — Dante revirou os olhos, segurando o telefone com desdém. — O que foi desta vez?

— Não é brincadeira. É sobre a marca. — A gravidade nas palavras de Sebastian aumentou a irritação de Dante.

Dante bufou, relutante, mas consciente de que precisava ir. — Estou indo. — Ele desligou antes que Sebastian pudesse dizer mais alguma coisa. Guardando o celular, levantou-se com um movimento brusco.

Caminhou até seu carro e entrou. O ronco potente do motor rasgou o silêncio da estrada enquanto ele acelerava em direção à casa de Sebastian. A atmosfera do lugar estava carregada, como se o ar tivesse um peso diferente. Ao chegar, a primeira pessoa que viu foi Tensei, a enigmática irmã de Sebastian. Com seus cabelos longos e negros e um olhar que parecia atravessar almas, ela o esperava à porta.

— Ah, finalmente, o grande Dante decidiu nos agraciar com sua presença. — ela disse, seu sorriso era uma mistura de deboche e provocação.

Dante não deu atenção, mantendo a postura rude enquanto caminhava em sua direção. — Poupe-me, Tensei. Não tenho paciência pra suas ironias hoje.

Ela apenas o observou passar, seus olhos estreitados como se conseguissem ver algo que Dante tentava esconder.

Ao entrar na sala, Sebastian estava sentado no sofá, parecendo ainda mais tenso do que quando ligou. Suas mãos estavam entrelaçadas, e ele levantou a cabeça lentamente ao ver Dante.

— Você não tem ideia do que fez ao se envolver com isso... — Sebastian foi direto, sua voz carregada de frustração. — A marca pode ser muito mais do que você imagina.

— Ah, então me esclareça. — Dante retrucou, cruzando os braços, o desprezo claro em sua voz. — Ou vai continuar falando em círculos?

Antes que Sebastian pudesse responder, Tensei se aproximou, seu rosto sério. — As coisas estão prestes a ficar muito mais complicadas, Dante.

Dante olhou para ela, seu tom ainda mais irritado. — Não é problema seu, Tensei.

Ela estreitou os olhos, sem desviar o olhar. — A marca não é só um fardo seu, afeta todos à sua volta. Ela te consome, e aqueles que te cercam acabam pagando o preço.

— Eu não sou nenhuma criança indefesa. Sei lidar com minhas escolhas. — Ele endureceu o olhar, recusando-se a demonstrar qualquer sinal de medo.

— Você tem mesmo certeza? — Tensei perguntou, seu tom baixo, mas cheio de ameaça. — Essa marca não desaparece. Nunca. Ela te segue, te persegue. E se você continuar agindo como um tolo arrogante, vai descobrir o que é ser consumido de dentro para fora.

Sebastian interveio, levantando-se do sofá, o rosto contraído pela preocupação. — Dante, ela está certa. Você acha que pode controlar, mas ela domina. E pode te destruir se você não aceitar seu destino.

— Então, o que vocês querem que eu faça? Fugir? — Dante sorriu friamente, sarcasmo escorrendo de suas palavras. — Eu não vou fugir de nada. E eu não vou aceitar isso.

— Não se trata de fugir. — Sebastian rebateu — Trata-se de estar preparado, de aceitar. Não estamos falando de uma simples maldição que pode ser desfeita com tempo. Ela vai tentar te consumir, e se não souber como lidar, vai arrastar todos ao seu redor com você.

Dante respirou fundo, uma pequena faísca de incerteza começando a surgir, mas ele rapidamente a extinguiu. — Se eu precisar enfrentar isso, então eu enfrentarei. Não sou um covarde.

Tensei deu um passo à frente, o olhar dela queimava com uma intensidade sombria. — Se acha que é tão fácil, está muito enganado. — Sua voz era quase um sussurro, mas o impacto foi como um golpe. — Você não tem escolha. A marca não te deixa alternativas. Ela te comanda. E você, deve cuidar e aceitar que o garoto agora é parte de você.

Sebastian se aproximou, colocando uma mão no ombro de Dante, mas seu toque foi frio e sério. — Não estamos aqui para te salvar, Dante. Só queremos que entenda que as decisões que fizer a partir de agora vai definir o futuro de vocês dois. Não tem mais volta.

Dante olhou para os dois, sua mente girando com o peso do que ouviu. Mesmo assim, ele se recusava a demonstrar fraqueza.

— Eu lidarei com isso do meu jeito. — ele disse finalmente, as palavras saindo como um desafio.

Tensei e Sebastian se entreolharam, e foi Tensei quem falou por último, sua voz tão cortante quanto o olhar. — Não há saída, Dante. E quanto mais cedo você aceitar isso, mais chances terá de sobreviver.

Dante encarou os dois em silêncio, sentindo o peso das palavras se infiltrar lentamente em sua determinação.

🧛

Tensei: Irmã enigmática de Sebastian, marcada por uma personalidade intrigante e um olhar penetrante capaz de ler as intenções mais escondidas.
Idade: 290 anos
Origem: Não vem de uma família de destaque.