Capítulo XII - Sombras de Vingança.

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Do outro lado da cidade de Valedorn, uma metrópole antiga, repleta de becos estreitos e imponentes construções góticas que pareciam desafiar o tempo, encontrava-se Azrael, filho de Konan e herdeiro do clã Darkveil. Seus olhos, de um vermelho intenso, brilhavam na escuridão enquanto ele olhava pela janela de um antigo casarão no coração da cidade. O ar em Valedorn era pesado, quase sufocante, carregando o peso dos segredos e pecados ocultos nas sombras da cidade.

Azrael mantinha-se imóvel, uma figura imponente envolta em seu manto negro. Os eventos que o levaram até ali eram claros como cristal em sua mente. Valmont Dante, o assassino de seu irmão Vlad, estava envolvido com um humano. Uma fraqueza que ele não poderia deixar passar. A sede de vingança que queimava em seu peito há tanto tempo estava prestes a ser saciada.

- Dante... - murmurou Azrael, sua voz grave e fria. - Você matou meu irmão, e por isso, vou destruir tudo o que você ama.

Ele sabia que a vingança não podia ser apenas física. Ele queria que Dante sofresse de todas as maneiras possíveis. O humano ao seu lado seria a chave para sua ruína. Mas ele não faria isso sozinho. Ele possuía aliados - leais e cruéis.

Azrael deu alguns passos pela sala, e as grandes portas duplas se abriram, revelando três de seus seguidores mais confiáveis. Liora, uma vampira de cabelos brancos e olhos negros como a noite, se aproximou primeiro. Sua presença sempre exalava uma aura de mistério e perigo, e suas habilidades em manipular ilusões a tornavam uma arma mortal nas mãos de Azrael.

- O humano, meu senhor? - Liora perguntou, com um sorriso astuto. - Podemos brincar um pouco com ele antes de entregá-lo a você?

- Não ainda. - respondeu Azrael, com um sorriso gélido. - Quero que Dante sofra primeiro. Ele deve sentir o desespero antes que eu o tome de vez.

Logo atrás de Liora, surgiram Malek e Kael, dois irmãos que serviam a Azrael desde o início de sua ascensão no clã Darkveil. Malek, o mais velho, era um vampiro de força bruta, seus braços cobertos de cicatrizes de antigas batalhas. Ele nunca recuava diante de uma luta, e sua lealdade a Azrael era inabalável. Kael, o mais novo, era astuto, sempre um passo à frente dos inimigos, com habilidades impressionantes em rastreamento e estratégia.

- O que devemos fazer com o humano, Azrael? - perguntou Malek, cruzando os braços com uma expressão de desdém. - Não parece grande coisa, se me perguntar.

- Isso não é apenas sobre o humano, Malek. - Kael interrompeu, lançando um olhar de reprovação ao irmão. - É sobre Dante. Azrael quer que ele sinta o peso da perda. O humano é apenas o início.

Azrael assentiu, satisfeito com o entendimento de Kael. Ele sabia que Dante não seria derrotado facilmente. Dante era forte, um inimigo formidável, mas até o mais implacável dos guerreiros tem um ponto fraco. O humano que estava ao lado dele representava exatamente isso.

- Kael está certo. - disse Azrael, voltando seu olhar para os três. - Dante precisa ser desestabilizado. Quero que ele saiba que eu estou atrás dele, mas não antes de termos o que nos interessa.

Liora, com um sorriso predatório nos lábios, deu um passo à frente. - Eu posso rastreá-lo, meu senhor. O humano não ficará escondido por muito tempo.

- Não é preciso fazer isso agora. Eu farei uma visita a ele.- Azrael ordenou, virando-se de volta para a janela. - Dante pode tentar se esconder, mas nós o encontraremos. E quando o fizermos, ele assistirá impotente enquanto tudo o que ama é destruído diante de seus olhos.

Malek estalou os dedos, ansioso pela luta iminente. - E quando o momento certo chegar, eu cuidarei de Dante.

Kael apenas sorriu, seus olhos brilhando com malícia. - Nós já vencemos essa batalha. Dante só não sabe disso ainda.

Azrael se permitiu um pequeno sorriso. - Lembrem-se, cada movimento que fazemos deve ser calculado. Não podemos permitir erros. Esse humano é a chave, mas não o subestimem. Qualquer fraqueza pode nos custar caro.

A tensão na sala era palpável, mas Azrael sentia o controle completo da situação. Ele sabia que Dante estava vulnerável, e com sua rede de aliados leais, o jogo de vingança estava apenas começando.

Do lado de fora, Valedorn permanecia silenciosa, mas nas profundezas de suas sombras, a guerra entre clãs e inimigos estava prestes a explodir. Azrael, herdeiro do clã Darkveil, estava pronto para reivindicar sua vingança. E o sangue de Dante, assim como o de seu irmão, correria pelas ruas dessa cidade maldita.




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