Órion estava inquieto. As perguntas sobre sua recente experiência com Valmont não paravam de ecoar em sua mente. Ele precisava de respostas. Após uma pesquisa na internet, encontrou um site obscuro que falava sobre mitologia vampírica e, em sua busca, descobriu um endereço de uma biblioteca antiga conhecida por seu acervo raro. Sem hesitar, decidiu ir até lá.Ao entrar na biblioteca, um aroma de livros envelhecidos o envolveu. Com os olhos brilhando de excitação, ele explorou os corredores e se sentiu atraído por um livro com a capa de couro desgastada, intitulado "Lendas e Mitos dos Vampiros." Era como se o livro sussurrasse seu nome. Fascinado por suas promessas de revelações, levou o livro para casa, mal sabendo que essa decisão mudaria seu destino.
Naquela noite, ao abrir o livro, Órion ficou imerso em textos sobre rituais e a história dos vampiros. A cada página que virava, uma sensação de inquietude crescia, entrelaçando-se com os segredos que cercavam Valmont.
Só não sabia que, ao longe, Dante sempre o observava. Ao ver que Órion havia ido àquela biblioteca, a preocupação se intensificou. Ele percebeu que o ruivo havia levado um livro, o que o deixou inquieto. Precisava saber sobre o que se tratava.
Naquela noite, quando o sol se pôs, Dante decidiu ir até a casa de Órion. Ele usou seus truques para abrir a porta da frente, deslizando pela fechadura com facilidade. Assim que entrou, a familiaridade do lugar o envolveu, mas ele estava determinado a encontrar Órion.
Ele se dirigiu diretamente ao quarto do ruivo e bateu na porta com firmeza.
— Demian! — chamou.
Surpreso, Órion hesitou antes de abrir a porta. O olhar de Dante era intenso, uma mistura de frustração e irritação.
— O que você está fazendo aqui? — perguntou Órion, tentando manter a calma.
Dante entrou sem esperar por um convite, sua postura era autoritária.
— Eu vim ver o que você está fazendo. Vi você em uma biblioteca específica e não posso acreditar que você está se metendo com esse tipo de coisa! — sua voz estava ríspida.
Órion sentiu uma pontada defensiva.
— Eu só estava buscando informações. Isso não é da sua conta!
Dante franziu a testa, aproximando-se de Órion com um olhar determinado.
— Você está brincando, certo? O que você leu?
Órion hesitou, sabendo que não poderia esconder o livro por muito tempo.
— É só um livro sobre mitologia. — disse, tentando desviar o assunto.
Dante não estava convencido e, sem pensar duas vezes, começou a procurar pelo livro.
— Cadê? Você não deveria estar lendo essas coisas! — ele estava em um misto de raiva e preocupação.
Órion, percebendo a intenção de Dante, imediatamente se virou, tentando proteger o livro.
— Pare! Eu não vou deixar você pegar! — exclamou.
Dante parou, olhando para Órion, confuso e um pouco surpreso pela reação intensa.
— O que você tem a esconder? — questionou, com um tom mais incisivo.
Órion tentou agir normalmente, mas seu coração batia acelerado. Sabia que Dante estava certo em um aspecto, mas não queria que ele soubesse a extensão de suas descobertas.
— Você não responde às minhas perguntas, então eu mesmo vou descobrir por conta própria! — disse firme.
Dante balançou a cabeça, a raiva se misturando à preocupação.
— Isso não é apenas curiosidade, é perigoso!
Diante da raiva de Dante, Órion se sentiu pressionado. A ideia de ser descoberto o deixou nervoso.
— Você está exagerando! — respondeu, tentando se manter firme.
Dante não deu ouvidos e avançou, quase desafiando Órion a se manter firme.
— Você é teimoso demais. Se você não se importa com sua segurança, eu não posso fazer nada! Mas eu estou sendo obrigado a te proteger depois dessa marca maldita.
Órion sentiu o coração acelerar, a tensão entre eles era palpável.
— Porque não tenta confiar em mim? — disse Órion.
— É só que você não é exatamente a pessoa mais sensata que eu conheço.
— E você é durão demais. — respondeu, provocando um sorriso involuntário em Dante.
Por um momento, se perderam no olhar um do outro, o mundo ao redor desaparecendo. A respiração de Órion se acelerou, e ele percebeu que estavam próximos demais. Havia algo não dito pairando entre eles, um impulso quase incontrolável.
Dante, por sua vez, sentiu o desejo de se aproximar ainda mais, mas se interrompeu ao ver o que estava prestes a fazer.
— Onde está o livro? — perguntou Dante abruptamente, quebrando a tensão.
Órion rapidamente se afastou, o momento "romântico" se desfazendo.
— Está aqui. — disse sem olhá-lo.
Dante franziu a testa, mas percebeu que a conversa não havia terminado.
— Então você vai me mostrar o que há de tão interessante nesse livro.
Órion, ainda se recuperando da intensidade do momento, deu de ombros.
— Não quero, descubra sozinho.
Dante soltou um suspiro, se sentindo frustrado.
— Não perguntei se você quer me mostrar o que tem no livro, eu estou mandando você me mostrar.
E assim, os dois se sentaram no chão do quarto, o livro aberto entre eles, prontos para enfrentar as verdades que esperavam nas páginas amareladas, mesmo que algumas estivessem ocultas, como o próprio destino que agora compartilhavam.
🧛
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Cœur Enchaîné.
VampireEm uma cidade onde as sombras parecem ter vida própria, o destino de dois homens se entrelaça por uma marca que nenhum deles escolheu. Todos sabem que existem vampiros aos arredores - alguns bons, outros mais sombrios - mas entre eles, há um que se...