Capítulo 4

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Uma semana depois recebi um bilhete do castelo dizendo que a família real gostaria de conversar comigo sobre o emprego e que dariam um almoço no domingo para planejar o casamento do príncipe e principalmente escolher a noiva.
Eu e Jeremy estávamos cada vez mais próximos, ele até me chamou para jantar em sua casa. Meu pai preferiu adiar nossa conversa e mamãe tinha tido uma melhora segundo Chloe. Bem, resumindo essa semana estava indo muito bem.
No sábado Jeremy me chamou para jantar em um restaurante bem sofisticado. Eu não tinha roupa adequada para a ocasião então pedi à ele para escolher um lugar mais simples e que eu me encaixasse, mas ele fez questão de que eu iria e que não se importava com qual roupa eu fosse mais sim a minha presença lá. Nesses últimos anos ele estava estudando em um colégio interno. Sua família tinha boas condições então ele tinha tudo o que queria. Seus pais eram divorciados mais ambos já estavam com um novo romance. Ele estudava arquitetura e decidiu que iria concluir seus estudos por aqui mesmo.
Procurei a roupa mais composta que eu tinha. Coloquei uma calça branca que eu tinha fazia uns dois anos mais que ainda cabia perfeitamente, uma camiseta bem justa preta, um casaquinho branco e meu tamanco preto que havia usado na entrevista de emprego. Não me maquiei muito, apenas coloquei um lápis, base,pó,rímel e um gloss transparente. Coloquei meus brincos da sorte que minha mãe havia me dado de presente de aniversário e estava pronta. Ele iria me pegar de carro apesar de que nossas casas eram bem próximas. Quando deu 20:00 lá estava ele na minha porta. Me arrependi amargamente por ter escolhido aquela roupa. Ele estava deslumbrante com aquele smoking preto enquanto eu estava um trapo.
- Nossa. Você está... - ele me olhou como se não estivesse acreditando no que estava vendo- linda.
- Obrigada. E você está belíssimo. - falei sorrindo.
- Eu sei. - ele disse ajeitando o paletó.
- Modesto você, hein? - falei enquanto ele abria a porta do carro para eu entrar.
- Sempre. - ele cochichou no meu ouvido e fiquei um pouco arrepiada.
Minha mãe ficaria muito orgulhosa se soubesse que agora eu sei o que é dar uma gargalhada e Jeremy me ensinou do jeito mais fácil. Me fazendo feliz. Ele pegou o carro do pai emprestado por essa noite então fiz o máximo para não mexer em nada, pois o pai dele é muito perfeccionista. Quando chegamos ao restaurante era 20:30, então foi um ótimo horário porque Jeremy tinha reservado para 20:40.
Ficamos bem confortáveis assim que chegamos e Jeremy foi logo pedindo um champagne e disse que seria o melhor que eu já havia provado em toda a minha vida, apesar de que eu nunca bebi isso antes achei bem simpático da parte dele.
- Então... - comecei enquanto esperávamos a comida - porque me trouxe aqui?
- Então...- ele começou me imitando - você logo verá. - e tentou imitar a minha voz.
- Minha voz não é assim. - dei um sorrisinho tímido.
- Ok. - ele também sorriu mais estava um pouco nervoso.
Quando a comida chegou devoramos ela rapidamente de tanta fome. Estávamos esperando fazia quase uma hora, nos alimentando apenas por champagne que era muito bom por sinal. Ao terminarmos de comer ficamos sem ter muito o que falar. Então ele começou.
- Alice... - ele falou nervoso e segurou a minha mão - desde aquela noite que nos conhecemos (mal sabe ele que já o conhecia antes) eu não consigo te esquecer (fala decorada, típico de filme) e você se tornou uma grande amiga e muito especial para mim. Nesse pouco tempo que passei com você percebi o quão importante você é na minha vida e ... - ele fez uma pausa, respirou fundo e olhou profundamente em meus olhos - gostaria que você fosse a única mulher na minha vida e eu seu único homem. Quer ...namorar comigo? ( pensei que ia dizer outra coisa) - então ele pegou uma caixinha preta e abriu. Era um lindo colar dourado com um pingente em forma de coração. Lindo e delicado. Eu nem sabia o que dizer.
- Meu Deus Jeremy. Por que você faz isso? - dei uma batidinha em seu braço - Eu aceito com certeza, mas não precisava ter comprado esse colar. Tenho certeza que foi muito caro.
- Você merece. - então ele se levantou e colocou o colar no meu pescoço. E finalmente fez o que eu mais desejava: me beijou. Seus lábios eram tão macios que eu podia ficar ali o dia todo. Como eu o amava. Mais de repente ele se afastou sorrindo e chamou o garçom para pagar a conta. Me pegou pela mão e saímos de mãos dadas sorrindo um para o outro.
Enquanto íamos para o carro eu relaxei minha cabeça em seu ombro e fiquei ali até entrarmos. Eu nunca havia namorado sério. Só tive um namorado que era meu melhor amigo no ensino médio. Não nos amávamos como um casal e sim como irmãos. Quer dizer...da minha parte. Mais num belo dia ele disse que estava apaixonado por mim. Na hora eu nem sabia o que falar, mas depois aceitei o pedido senão a situação entre nós ficaria um pouco constrangedora. Não queria perder sua amizade. Com poucos meses de namoro ele começou a agir estranho. Ficava com ciúmes de qualquer pessoa que chegasse perto de mim e isso fez com que eu ficasse com medo dele. Depois de um tempo namorando criei coragem e terminei com ele. Na hora falou que iria se matar e não ia aguentar viver sem mim. Sua família soube disso e prometeu aos meus pais que ele não faria mal algum à mim. Foi internado em uma clínica bastante famosa na Bélgica o que fez com que sua família se mudasse para lá e eu nunca mais pudesse falar com ele. Acho tão triste quando me lembro. Podia ter sido diferente. Bem, faz 3 anos que não tenho notícia dele, mas espero que a clínica tenha surtido efeito. Porém naquele momento eu não queria saber de nada. Só de Jeremy e de como estava feliz. Quando entramos no carro ele acariciou meu cabelo e me beijou novamente.
- Vou te levar em casa e amanhã eu te levo no castelo.
- Não preisa me levar. - olhei em seus olhos - É sério. Eles vão mandar um motorista me pegar. E... - olhei a hora no meu relógio - Meu Deus! Já são 22:30 e eu preciso acordar cedo.
- Tá certo. Tá certo. Não quero que minha namorada perca esse almoço tão importante. - e acelerou o carro.
Vinte minutos depois cheguei em casa. Não diria que ele dirige rápido e sim que a cidade onde moro é pequena e tudo é perto.
- Então... - mordi o lábio - Boa noite.
- Só não vai ser melhor porque você não vai estar comigo.
- Idiota. - então o beijei novamente.
Quando abri a porta minha mãe e meu pai estavam sentados no sofá esperando por mim.
- Então... - minha mãe falou com curiosidade. - o que aconteceu?
- Nada. - falei com um sorriso enorme - apenas fui pedida em namoro.
Minha mãe ficou tão feliz que quase acordou toda a vizinhança para contar a novidade. Já meu pai... Bem, pai é pai.
- Como assim você aceitou? Ele nem veio aqui falar comigo. Não sei se vou aceitar.
- Paizinho... - falei toda manhoza - Eu já tenho 19 anos e sou maior de idade. - dei um sorrisinho.
Minha mãe o acariciou.
- Amor. Deixa ela. Nossa filhinha cresceu não é mais criança e sabe o que faz. - então veio em minha direção com todo aquele jeito de mãe que eu estava com saudade. - Parabéns querida. Te desejo toda a felicidade do mundo - segurou o meu rosto para que pudéssemos ficar uma olhando para a outra. - E se você gosta dele eu também gosto. - e bateu no braço de papai para ele dizer algo.
- É... - ele começou - acho que você tem razão. Agi mal,... - e olhou nos meus olhos - mas ainda quero que esse rapaz venha aqui.
- Ok. - beijei papai na testa e abracei mamãe antes de subir para o quarto. Minha vida não podia ficar melhor. Na verdade podia sim. Se eu conseguisse aquele emprego eu ficaria... feliz. Eu acho.

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