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[ Earth ]

_ Doutor...

Fiquei por alguns instantes admirando a beleza do homem que segurava meus braços com tanta força que meu corpo aqueceu de imediato

_ Você está bem?

Ele parecia realmente preocupado

_ Sim sim...

Ele sorriu e eu me ajeitei

Depois daquele primeiro esbarrão, talvez a minha estadia nesse hospital de merda não seja lá tão ruim, não pensei duas vezes quando mandei aqueles dois pra casa, eles precisavam se entender, ficar no mesmo lugar que esse ex infernal não iria ajudar em nada, só não imaginei que as coisas iriam tomar aquele rumo...

Senti o chão se abrir quando escutei algo sobre hora da morte, meu grito ensurdecedor seguido do desmaio do gatinho acabou atraindo muitas pessoas

_ Earth... calma... não é ele...

Pond me abraçou mesmo com as mãos um pouco ensanguentadas e na verdade eu não me importei com aquilo naquele momento

_ Não é o garoto que chegou a pouco... também não é o garoto que você diz ser seu primo...

Não prestei muita atenção no que ele disse, me aconcheguei em seus braços e deixei que ele me levasse seja lá pra onde era

_ Vamos, você precisa se acalmar...

Sentei em uma cadeira que presumi ser dele

_ Vamos, beba...

Ele me deu uma garrafa d'água já aberta e eu tomei com um pouco de dificuldade

_ Você ama mesmo esse garoto...

Mordi os lábios, não conseguiria negar de toda forma

_ Não se preocupe, passei no quarto dele, os sinais vitais estão bons, ele só permanece desacordado por conta da batida, mas logo acorda...

_ Obrigado Doutor...

_ Ei... não precisa agradecer...

Ele fez um carinho nos meus cabelos após tirar as luvas

_ Você mudou muito desde o colegial, hum...

Ele sorriu pra mim e minha cara de confuso fez ele gargalhar

_ Não se lembra de mim, certo?

Concordei envergonhado

_ Óculos, grêmio estudantil... clube de xadrez...

Tentei puxar alguma informação do fundo da memória, mas meu colegial foi tão conturbado com meu processo de descoberta que acabei apagando da mente mais da metade

_ Não tem problema, eu me lembro de você... - ele abaixou um pouco e nossos rostos ficaram próximos - e isso me basta!

Não tive tempo de responder já que um enfermeiro entrou procurando por ele

_ Vá para casa, tome um banho... vou cuidar dele pra você.

E com um sorriso ele se despediu

Não demorei muito em casa na verdade, já que estava no apartamento de Santa, tudo me remetia a ele e meu coração ficava cada vez mais apertado

Quando voltei e descobri que o gatinho havia acordado do desmaio me senti na obrigação de deixar as coisas esclarecidas, eu amo Santa, e se for para mantê-lo seguro, sou capaz de aguentar a cara de infelicidade dele longe de Perth, a conversa teve um tom mais tenso do que eu imaginei, o gatinho de repente ficou selvagem, quando os pais dele chegaram eu sai do quarto

The Ceo's SonOnde histórias criam vida. Descubra agora