48 O Pecado de Tocar a rosa de Lorenzo

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Atenção:capítulo com cenas de tortura.
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O sol da tarde brilhava com força sobre o carro que se movia pela estrada, banhando a paisagem em uma luz dourada e dura. O calor era quase sufocante, mas dentro do veículo, o clima era ainda mais pesado. Pierre dirigia em silêncio, o rosto imperturbável. Ao seu lado, Lorenzo mantinha um sorriso quase imperceptível, enquanto olhava para frente, absorto nos próprios pensamentos. No banco de trás, Eduardo estava em silêncio, mas seus olhos tinham um brilho sinistro. A tensão entre os três era quase palpável, e cada um parecia carregar uma expectativa cruel sobre o que estava prestes a acontecer.

Depois de alguns minutos de estrada, Lorenzo finalmente quebrou o silêncio.

— Você conseguiu o que eu pedi, Pierre? — perguntou, sem desviar o olhar da estrada.

Pierre respondeu com um leve aceno, os olhos fixos no caminho à frente.

— Está na sacola, no banco de trás.

Lorenzo virou-se para Eduardo, que prontamente pegou a sacola e a entregou para ele. Lorenzo abriu a sacola e, ao ver o conteúdo, seus lábios se curvaram em um sorriso sombrio. Dentro, repousava uma coleira de couro preto, reforçada com tachas prateadas e um pingente em forma de “L” — uma marca de posse que Lorenzo pretendia colocar em Anthony, simbolizando o controle total que teria sobre ele.

À medida que se aproximavam do galpão, uma construção isolada na beira de um terreno abandonado, Lorenzo sentia sua raiva fervendo. Aquilo não era apenas vingança; era justiça. Anthony ousara tocar em sua esposa, sua Ana Lua. E Lorenzo estava determinado a fazê-lo pagar por cada segundo de dor que ela sentira.

Ao estacionarem, Lorenzo, Pierre e Eduardo saíram do carro e foram em direção ao galpão, onde Marco e alguns soldados os aguardavam do lado de fora, conversando em voz baixa. Ao ver Lorenzo, eles endireitaram as posturas, em sinal de respeito. Marco se aproximou, notando o olhar sério de Lorenzo.

— Está tudo pronto, chefe — disse Marco, dando passagem para que Lorenzo, Pierre e Eduardo entrassem.

Eles caminharam juntos até o interior do galpão. A sala onde Anthony estava mantido era pequena e iluminada apenas pela luz do sol que entrava pelas janelas empoeiradas. Anthony estava acorrentado em uma cadeira no centro da sala, com ferimentos espalhados pelo corpo — cortes, hematomas e arranhões que indicavam os dias de sofrimento que já havia enfrentado ali. Ele respirava com dificuldade, e seu olhar estava fixo no chão, mas ergueu a cabeça quando ouviu os passos ecoando no concreto.

Lorenzo se aproximou dele, abaixando-se para ficar à altura de Anthony. Ele o estudou em silêncio, observando cada ferimento e o estado deplorável em que o homem se encontrava. Sentia uma satisfação quase perversa ao vê-lo ali, reduzido a uma sombra do homem arrogante que ousara tocar em sua esposa.

— Finalmente estamos cara a cara — disse Lorenzo, sua voz calma e controlada. — Desculpe por não ter vindo antes, mas tinha assuntos mais importantes para resolver.

Anthony fixou nele um olhar de ódio, mas permaneceu em silêncio. Lorenzo apenas sorriu.

— Antes de começarmos, tenho um presente para você.

Lorenzo se ergueu e caminhou até a mesa de ferro encostada na parede, onde havia deixado a sacola. Ele retirou a coleira , erguendo-a para que Anthony pudesse vê-la. A expressão de Lorenzo era quase divertida enquanto ele exibia o objeto.

— Eu vi o seu presente para minha Ana — Lorenzo disse, seu tom carregado de desprezo. — Um “presente” de mau gosto, diga-se de passagem. Mas sou um homem justo. Acho que você merece algo em troca.

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⏰ Última atualização: Nov 06 ⏰

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