Momento fofo.

11 2 0
                                    

Depois de muitas conversas e incertezas, Sara e Wilbert decidiram que o melhor seria contar tudo para Evandro. A ideia era delicada, e Wilbert hesitou no início, desconfortável com o pensamento de Sara se aproximando ainda mais dos assuntos que ele queria mantê-la longe. Mas a insistência dela, com argumentos tão sinceros e cheios de confiança, acabou o convencendo.


Para a frustração dos dois, ao chegarem na contenção, descobriram que Evandro estava fora, resolvendo outros assuntos. Sem opção a não ser esperar, Sara soltou um suspiro e se preparou para voltar para casa. Mas antes que pudesse se afastar, Wilbert segurou sua mão, com um brilho travesso no olhar.



— Espera aí, Linda. Você achou que ia escapar assim, sem ganhar seu presente? — ele disse, com um sorriso que fez o coração dela disparar.


— Oque você tá aprontando Wilbert? — ela disse, desconfiada.


— Vai, confia no pai aqui. Fecha os olhos — ele disse, o tom leve, mas com algo quase tímido por trás.


Ela fechou os olhos com um sorriso, e Wilbert abriu a caixinha, revelando uma aliança prateada e simples, mas com um brilho intenso. Observou o anel por um instante, sentindo que aquilo era diferente de tudo que já havia feito, mas respirou fundo e segurou a mão dela.



— Já posso abrir os olhos? — Pergunto sara de olhos fechados e cheia de curiosidade.



— Pronto, pode abrir — disse ele.


Sara abriu os olhos, e quando viu o anel, seus olhos se arregalaram. Ele sorriu de canto, tentando manter o tom descontraído.


— É... então, eu não sou lá o tipo romântico e todo certinho, mas essa coisa de só ficar "de rolo" não tá com nada. Se você vai andar por aí comigo, então vai ser do jeito certo — ele disse, deslizando o anel no dedo dela. — Quero te assumir como minha mulher, dona da minha bagunça e tudo mais.


Sara não pôde evitar o riso, metade surpresa, metade emocionada. Aquele gesto, um pedido de namoro feito com a intensidade e a sinceridade única de Wilbert tocaram fundo nela.


— Sabe que eu nunca liguei pra essas formalidades, mas… eu amei isso — disse ela, admirando o anel em seu dedo, um sorriso sincero iluminando seu rosto.


Ele a puxou para mais perto, o sorriso travesso agora suavizado pelo carinho que sentia.


— Então tá decidido. Agora você é oficialmente minha, e eu sou seu. — Ele a beijou, com um carinho que contrastava com seu jeito despojado, como se naquele gesto dissesse tudo o que as palavras não conseguiam.











-----















Sara caminhava para casa com o coração leve, um sorriso discreto que não conseguia esconder. Ainda sentia o calor da mão de Wilbert entrelaçada à dela e o toque suave do anel em seu dedo, símbolo do pedido de namoro feito do jeito mais improvável  e perfeito que poderia imaginar. A lembrança daquele momento a fazia suspirar, como se o mundo à sua volta estivesse mais vibrante, como se tudo estivesse finalmente no lugar.



Ela subiu os degraus da entrada de casa, ainda perdida nesses pensamentos, sem se dar conta do ambiente pesado que a aguardava. Ao abrir a porta, encontrou o pai, governador Fontes, sentado no sofá, seu rosto sério e fechado. Ao lado dele, havia uma pequena pilha de papéis e envelopes, mas foi o olhar frio e calculista dele que a fez hesitar.


— Sara. Precisamos conversar — ele disse, a voz rígida e autoritária.


Ela congelou, mas tentou manter a expressão serena, controlando a surpresa e o leve desconforto. Sua felicidade começou a se dissipar enquanto ele se levantava e, sem rodeios, colocou uma série de fotos sobre a mesa de centro.


Nas imagens, Sara se via ao lado de Wilbert, entrando no morro do Dendê hoje cedo, ambos em um momento claramente íntimo e próximo. As fotos foram tiradas sem que ela percebesse, mas o ângulo e o contexto deixavam claro que haviam sido capturadas com o intuito de espionar.

Impuros - Nossa Liberdade.Onde histórias criam vida. Descubra agora