31 Capítulo: BENJAMIN

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Deixar Mel em casa havia sido praticamente uma tortura para mim, era surpreendente como em menos de vinte e quatro horas, não conseguia mais me ver sem a presença dela.

Era como se uma parte vital minha, houvesse sido deixada ontem com meu imprinting, agora tudo havia perdido o sentido sem ela ao meu lado, mal conseguia respirar ou pensar longe dela. Precisava desesperadamente de Melissa, quase como uma necessidade física, seria capaz de ir até o fim do mundo para tê-la de volta em meus braços, enfrentando até os homens da família Hastings para isso.

Decidido apertei a chave do meu carro em minha mão, como se estivesse impedindo alguém de roubá-la de mim antes de dar meia volta seguindo em direção a porta da frente, indo atrás da minha fêmea, já fantasiando como seria tê-la novamente em meus braços. Mas tive minha presença notada por minha mãe que estava deitada no sofá da sala, lendo um livro qualquer enquanto saboreava uma perfeita xícara de chá inglês, pelo cheiro.

-Filhote, você demorou...- mamãe disse sorrindo desviando os olhos do livro assim que sentiu meu cheiro, mas no momento em que ela me viu a preocupação tomou conta do seu rosto. - Ben, amor, o que houve? Você está bem?

Mas antes que pudesse dizer algo a minha mãe, senti algo apertando o meu coração, era tão forte que me tirava o ar e o equilíbrio. Era como se toda a angustia de ser separado de Mel tivesse se transformando em uma dor física me fazendo perder as forças.

-Benjamin. - mamãe gritou deixando o livro que estava lendo cair no chão com um baque surdo, antes de me segurar evitando que caísse no chão.

Mamãe me segurou em seu colo apoiando a minha cabeça em seu peito enquanto tentava me acalmar, algo que nem ela estava naquele momento.

-Está tudo bem, meu filhotinho...Vai ficar tudo bem...- mamãe sussurrou amorosa acariciando meu rosto com carinho enquanto tentava manter a minha respiração regular. - A mamãe está aqui meu amor, tente respirar devagar... Não precisa ficar assustado, não vou sair do seu lado.

-Vai ficar tudo bem, meu filhotinho, tente respirar fundo...Essa dor vai passar. Não feche os olhos filhote, olhe pra sua mãe...Isso querido olhe pra mamãe... - mamãe sussurrou com a voz chorosa assim que percebeu que estava prestes a desmaiar por causa da falta de ar, e tentei me concentrar no rosto da mulher que sempre esteve ao meu lado em todos os momentos.

-Isso meu amor, respire devagar...Você já enfrentou desafios maiores quando era apenas um bebê, não pode deixar que a falta da sua fêmea te machuque assim. Ela não te deixou, filhote, foi apenas uma separação momentânea, logo ela está nos seus braços. Mas para isso, você precisa se acalmar e respirar. - mamãe pediu acariciando meu rosto de leve antes de começar a cantarolar a canção de ninar no idioma Quileute, que ela sempre cantava antes de eu dormir quando era criança.

-Querida, você não vai acreditar o que encontrei no mercado, eu achei aquele vinho que tomamos na Riviera...Benjamin. -meu pai disse assim que entrou em casa e parou perto do sofá tendo quatro sacolas de supermercados na mão, assim que percebeu o que estava acontecendo, deixou as sacolas no chão de qualquer jeito e antes que pudesse se aproximar de nós, foi impedido por minha mãe.

-Não Elliot, fique onde está. - mamãe disse olhando para o meu pai enquanto me embalava gentilmente em seus braços, assegurando que estava comigo, enquanto a dor continuava me tirando o ar.

-Ele é o meu filhote, Leah, se está sofrendo quero ajudá-lo.- meu pai sussurrou angustiado em não poder se aproximar de mim.

-Eu sei Elliot, você tem todo o direito de querer ajudar o nosso filhote, mas ele não está controlado no momento e sabemos como as coisas podem fugir do controle rapidamente para os transfiguradores. - mamãe disse suave olhando para o meu pai enquanto tentava manter a respiração.

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