⚠️Conteúdo sensível⚠️
Acordo com uma dor latejante na cabeça e o gosto de ferro na boca. Sinto meu corpo pesado e, por um instante, tudo parece embaçado e confuso. Lentamente, abro os olhos, tentando ajustar minha visão ao ambiente ao meu redor.
O lugar é pequeno, sujo, desajeitado. As paredes estão manchadas e com a pintura descascada. O cheiro de mofo e poeira enche minhas narinas, fazendo meu estômago revirar ainda mais. Tento me mexer, mas um leve pânico começa a surgir ao perceber que cada movimento causa uma dor que ecoa pelo meu corpo.
Olho ao redor, tentando encontrar algum sinal de onde estou. Procuro uma janela, qualquer coisa que me dê uma pista de onde fui parar, mas não vejo nada além de uma fresta de luz fraca entre as tábuas pregadas em uma parede.
Tento me lembrar do que aconteceu. A última coisa que recordo é o rosto do meu pai sorrindo enquanto eu começava a sentir a dor lancinante no estômago.
Por que ele faria isso? Por que ele me traria até aqui? Sinto uma mistura de raiva e tristeza.
Com esforço, me levanto, apoiando-me nas paredes para não cair. Meus dedos deslizam pela madeira áspera enquanto tento encontrar algum ponto fraco.
Uma sensação de desespero toma conta do meu corpo.
Fecho os olhos por um momento, tentando controlar minha respiração. Faço esforço para me concentrar no silêncio ao meu redor, buscando qualquer som, algo que ainda me desse esperança.
Ao longe, duas vozes murmurando. Uma risada suave atravessa o ar, seguida por palavras abafadas que não consigo distinguir completamente. Prendo a respiração, tentando ouvir detalhadamente cada som, e me esforço para escutar melhor.
- SOCORRO! POR FAVOR, ALGUÉM ME AJUDA! - Minha voz sai rouca, trêmula, mas carregada de desespero. - EU ESTOU AQUI. AJUDA!
Sinto o desespero me dominar e não exito ao gritar por ajuda. O eco da minha voz ressoa pelo pequeno quarto, reverberando nas paredes empoeiradas.
Um silêncio pesado se instala. Meu coração acelera enquanto aguardo uma resposta, um som, qualquer coisa. Mas o que recebo em troca é um novo som de risadas, dessa vez, abafadas, quase sarcásticas. Sinto um arrepio frio correr pela espinha.
De repente, as risadas diminuem, e o que antes era diversão se transforma em um tom de ironia. Ouço passos pesados, ritmados, se aproximando da porta do quarto. Cada passo faz o chão vibrar levemente, como se alguém quisesse que eu soubesse exatamente o que está por vir.
Minha respiração fica superficial. Sinto o suor frio em minha pele e recuo para o canto da sala, apertando-me contra a parede. Quando os passos param, posso ver a maçaneta da porta girando devagar, rangendo como se alguém estivesse prolongando o momento de propósito. Deslizo lentamente sobre a parede, chegando até o chão novamente.
A porta se abre um pouco, e uma figura surge na fresta. Apenas uma silhueta, a contraluz. Não consigo ver seu rosto, mas o sorriso dele é visível - um sorriso sinistro, de pura satisfação.
A figura dá um passo para dentro e fica em silêncio, observando-me. O segundo homem permanece do lado de fora, ainda rindo baixinho, como se não levasse minha situação a sério.
- Você realmente acha que alguém pode te ouvir? - a voz dele é calma, quase provocadora. Cada palavra soa como uma sentença, me cercando e me deixando sem saída.
- Por favor, pai... - digo, quase em um sussurro, tentando me manter firme apesar do medo.
A voz treme ao sair e os olhos dele brilham. Brilham com uma frieza cruel, como se meu pavor fosse um espetáculo à ele.
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Meu Irmão é Meu Cliente
FanfictionNo abismo do desprezo, suas almas dançam uma valsa perversa. Nas mentiras entrelaçadas em um romance proibido, o amor emergiu como uma flor venenosa , florescendo na escuridão da desesperança.