Abro meus olhos lentamente, sentindo eles pensados. Sinto um braço ao redor da minha cintura e uma respiração quente na minha nuca. Com minha mente ainda nublada pela ressaca, tento entender o que estava acontecendo e me lembrar o que rolou na noite anterior. Meu coração começa a acelerar quando me dou conta em quem eu realmente estava abraçada.
--O que você está fazendo aqui, garoto!? - exclamo com uma voz carregada de nervosismo e irritação. Minha expressão é irritada, enquanto tento afastar o garoto com chutes e empurrões.
Noto o garoto acordando atordoado - eu poderia te fazer a mesma pergunta, pirralha - ele diz, se afastando rapidamente e esfregando o braço onde eu havia chutado.
Com o cenho franzido, luto tentando me lembrar de tudo o que havia acontecido na noite anterior. Pequenos flash invadem minha mente, mas nada muito concreto.
--Eu não lembro de nada.. - murmuro, com uma voz cheia de confusão - o que você fez comigo, garoto? - digo brava, ainda sem acreditar no fato de ter acordado abraçada com ele.
--Eu não fiz nada do que você não tenha pedido.. - ele diz com um tom sádico, deixando escapar um pequeno sorriso de canto.
--O que? Do que você está falando, eu não quis nada com você. Eu posso não me lembrar do que aconteceu, mas eu sei que não faria nada com um garoto como você - meu coração bate descompassadamente.
Será que eu realmente fiz alguma coisa com o garoto? Não, não, não. Impossível. Sinto meu estômago se revirar de ansiedade, enquanto meus olhos estavam arregalados para o garoto.
--Lógico que não, garota. Você acha mesmo que eu iria fazer algum coisa com você, ainda mais bêbada? - o garoto diz irônico, revirando os olhos com uma expressão de nojo.
Porque ele não faria nada comigo? É a primeira coisa que surge em minha mente assim que escuto o garoto. Não que eu me importe com isso, mas.. porque não?
--Como que eu fosse fazer alguma coisa com você - olho o garoto de cima a baixo.
--Até que enfim o casal acordou - ouço uma voz masculina entrando na sala - estavam tão bonitinho, que nós nem acordamos vocês - Bill e Maddie estava entrando na sala segurando canecas de café.
--Casal? Acha mesmo que eu ficaria com essa pirralha? Pensei que me conhecesse, maninho - Tom diz, voltado ao irmão.
--É, e você acha mesmo que eu ficaria com ele? Olha esse garoto, todo estranho, desengonçado. Deve ter acontecido acidentalmente, é a única explicação - digo, ainda sentindo meu coração acelerado por não ter nenhuma lembrança realmente concreta do que aconteceu.
--Eu não teria tanta certeza disso - ouço o garoto murmurar, enquanto se levanta, indo em direção à cozinha. Agora, mais consciente, consigo ver o garoto perfeitamente. Ele estava sem camisa, seu corpo escultural, coberto de músculos e sua costas largas, provavelmente ele malhava. Estava apenas de calça de moletom, deixando visível sua ereção matinal. Porra..
Fico em silêncio por alguns minutos, trocando olhares com Bill e Maddie, sentindo a tensão entre eu e Tom no ar. Eu estava confusa, tentando lembrar do que realmente tinha acontecido. Será que nós fizemos alguma coisa?
O garoto volta da cozinha, segurando uma vasilha com cereal.
--Vamos esquecer tudo o que aconteceu. Todo mundo! - Tom sugere, sem ao menos olhar nos olhos de nós três.
Balanço a cabeça em forma de afirmação, sentindo um misto de alívio e desconforto - sim, vamos fingir que isso nunca aconteceu - concordo.
Enquanto isso, por algum motivo, eu não conseguia tirar os olhos do garoto, nem ignorar o fato de que ele estava estranhamente mais bonito hoje.
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Meu Irmão é Meu Cliente
Hayran KurguNo abismo do desprezo, suas almas dançam uma valsa perversa. Nas mentiras entrelaçadas em um romance proibido, o amor emergiu como uma flor venenosa , florescendo na escuridão da desesperança.