Capítulo 4 - "O Confronto Revelador"

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Mais um dia começava, e eu estava decidido a devolver o caderno para a sua dona. O clima do mercado estava rotineiro: prateleiras arrumadas, clientes indo e vindo. Estava ajeitando algumas mercadorias quando ouvi o sino sobre a porta tocar, anunciando a entrada de alguém. Lá estava ela, a garota que vinha sempre aqui, sem saber que eu já havia descoberto seu segredo.

Ela entrou de maneira discreta, como sempre, pegou uma cesta e começou a andar pelos corredores, pegando alguns itens. Mas desta vez, algo era diferente. Eu sabia algo que ela não imaginava. Era o momento certo para agir.

Fui até o caixa e esperei que ela se aproximasse. Meus olhos discretamente pousaram no caderno que estava escondido embaixo do balcão. À medida que ela se aproximava, meu coração batia um pouco mais rápido. Finalmente, ela colocou os itens no balcão e me cumprimentou com um sorriso leve.

— Bom dia — disse ela, casualmente.

— Bom dia, Eunbi — respondi, intencionalmente usando o nome da personagem da comic. Seu olhar imediatamente mudou, passando da descontração para uma expressão de surpresa e confusão.

— Como é? — perguntou, franzindo o cenho, sem entender a referência.

Com um sorriso tranquilo, continuei passando os itens dela pelo caixa, fingindo normalidade, mas sabendo que o momento da revelação estava chegando.

— Eu não sabia que era uma inspiração para você — comentei casualmente, observando sua reação enquanto jogava a isca.

Os olhos dela se arregalaram, como se o tempo tivesse parado por um momento. Ela ficou paralisada, tentando processar o que eu acabara de dizer.

— O quê? — balbuciou, completamente incrédula.

Sem mais palavras, me inclinei e puxei o caderno de debaixo do balcão, colocando-o em cima das compras dela com cuidado, como se fosse algo delicado.

— Meu Deus... — sussurrou ela, o choque tomando conta de seu rosto. Sua expressão mudou para uma mistura de pânico e arrependimento. — Eu sinto muito... Eu... não deveria...

Sua voz estava trêmula, e dava para perceber que ela estava completamente perturbada. Seus olhos começaram a brilhar como se estivesse à beira de lágrimas.

— Você vai me denunciar? — perguntou com a cabeça baixa, a vergonha e o medo presentes em cada palavra.

Não consegui conter uma risada baixa. A situação, para mim, estava mais engraçada do que preocupante.

— Denunciar? — perguntei, divertindo-me com a ideia. — Como seria essa cena? "Senhor policial, venho registrar uma denúncia. Uma cliente minha está usando minha imagem para criar uma webcomic +18." — O sarcasmo era óbvio na minha voz.

Ela parecia cada vez mais aflita. Puxou o celular do bolso, os dedos tremendo enquanto mexia no aparelho, e o estendeu para mim.

— Me dá seu número... Eu vou te pagar uma indenização — disse, a voz carregada de culpa.

Peguei o celular das mãos dela, mas em vez de aceitar o dinheiro, pensei em algo mais interessante. Digitei meu número e entreguei o celular de volta.

— Não quero seu dinheiro — falei, olhando para ela com um sorriso de canto. Meu olhar desviou para uma prateleira próxima, cheia de produtos "picantes". Peguei um pacote de preservativos de morango e o adicionei discretamente às suas compras.

— Vou querer outra coisa — comentei, colocando o pacote junto aos seus itens, o sorriso malicioso no meu rosto deixando claro que eu estava me divertindo com a situação.

Ela me olhou, claramente surpresa e constrangida, sem saber como reagir. A interação foi inesperada e provocativa, e eu sabia que tinha deixado uma marca nela com essa atitude.

Com um aceno leve, finalizei a compra e entreguei a sacola para ela. Enquanto ela saía apressada, pude ver a mistura de confusão e curiosidade em seu rosto. Estava claro que aquilo não terminaria por ali.

Horas depois, enquanto terminava meu turno e a noite começava a cair, meu celular vibrou no bolso. Peguei o aparelho e olhei para a tela: uma notificação de depósito bancário.

"Depósito de 150 mil wons foi feito por Kim Yuna."

O nome finalmente estava ali. Kim Yuna. A cliente misteriosa que havia desenhado aquelas cenas íntimas de mim. Agora, eu sabia quem ela era.

Com o fim do meu expediente, saí do mercado e fui caminhando para casa sob a chuva que começava a cair, as gotas frias pingando sobre o asfalto. Ao chegar em casa, me sentei à mesa, os pensamentos ainda girando na minha cabeça. Peguei o celular, decidido a continuar essa história.

Escrevi rapidamente uma mensagem: "Oi, Kim Yuna. Parece que alguém anda me usando como inspiração, hein?"

A chuva lá fora continuava a cair com mais força, criando um cenário perfeito para a tensão e o mistério que começavam a se desenrolar. Agora que eu sabia seu nome, o jogo entre nós dois estava apenas começando.

A resposta de Kim Yuna não demorou a chegar. O celular vibrou, e a tela brilhou na escuridão do meu quarto, iluminando o ambiente por um breve segundo. Peguei o aparelho e li a mensagem:

"Eu... Eu sinto muito. Isso nunca foi para te ofender. Era só uma fantasia..."

Havia um nervosismo claro nas palavras dela. Parecia genuinamente arrependida, como se não tivesse a intenção de ser descoberta. Eu sorri para a tela, sabendo que a situação estava mais sob meu controle do que ela imaginava. Digitei calmamente, deixando que minhas palavras transmitissem um tom mais leve:

"Ofendido? Não, não... Estou mais curioso do que qualquer outra coisa. Afinal, não é todo dia que alguém se encontra como protagonista de uma história, ainda mais de uma tão... criativa."

A resposta demorou um pouco mais desta vez. Era evidente que ela estava ponderando o que dizer, lutando entre a vergonha e a necessidade de explicar a situação. Finalmente, outra mensagem apareceu:

"Você leu tudo?"

Sorri ainda mais ao ler aquilo. Era interessante ver como ela estava nervosa sobre a ideia de eu ter lido todos os detalhes, especialmente aqueles mais explícitos. Resolvi brincar um pouco mais com a situação:

"Digamos que as partes mais... intensas não passaram despercebidas."

Imaginei a expressão dela naquele momento, provavelmente um misto de vergonha e constrangimento. Kim Yuna era muito mais vulnerável do que eu pensava. Naquele instante, parecia claro que ela nunca esperava que a pessoa que inspirava sua arte descobrisse o que estava acontecendo. Mas o destino tinha outros planos.

De repente, uma mensagem inesperada piscou na tela:

"Eu nunca quis que você soubesse... Não assim. Eu sei que é estranho, mas você me inspira de um jeito que eu não sei explicar."

Havia sinceridade em suas palavras. Algo na forma como ela falava me fez perceber que, embora a situação fosse incomum, havia uma pureza por trás de suas intenções. Não era apenas uma obsessão física ou uma fantasia sem sentido; havia algo mais profundo, mais pessoal.

 Não era apenas uma obsessão física ou uma fantasia sem sentido; havia algo mais profundo, mais pessoal

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My Inspiration: Desejos Realizados ( Jungkook Imagine )Onde histórias criam vida. Descubra agora