Eu tinha levado Yuna de volta para casa, e agora estávamos em frente à porta do seu apartamento. A luz suave do corredor iluminava seu rosto cansado, mas ainda assim bonito. Eu me inclinei para mais perto, deixando um beijo leve em sua bochecha, sentindo sua pele quente contra meus lábios.
- Te vejo depois - murmurei, mantendo meu tom suave.
Ela assentiu, com um pequeno sorriso nos lábios, e eu me afastei, virando-me para seguir meu caminho de volta ao meu próprio apartamento. Cada passo parecia mais apressado. Olhei para o relógio no pulso e percebi que já estava bem atrasado para meu turno no mercado. Suspirei, enfiando as mãos nos bolsos da jaqueta.
Enquanto caminhava pelas ruas tranquilas, a noite anterior não parava de passar pela minha cabeça. O silêncio da cidade ao amanhecer contrastava com o turbilhão de pensamentos que me consumia. Mas a realidade me chamava de volta. Minha vida continuava, mesmo depois de tudo que aconteceu na última noite. Precisava me apressar e seguir em frente.
Enquanto apressava o passo pelas ruas quase vazias, o frio matinal começava a se intensificar. O vento cortava meu rosto, fazendo-me puxar o capuz da jaqueta para proteger as orelhas. A cada esquina, a lembrança de Yuna parecia me seguir, trazendo à tona os detalhes da noite passada que eu tentava colocar de lado.
Cheguei ao mercado um pouco ofegante, com alguns minutos de atraso. O lugar estava em sua rotina habitual: prateleiras sendo reabastecidas, o som dos carrinhos de compras ecoando pelo chão de azulejos e as luzes fluorescentes que sempre me pareciam um tanto ofuscantes nas primeiras horas da manhã. Cumprimentei alguns colegas de trabalho com um aceno de cabeça e rapidamente vesti o avental do uniforme.
Enquanto me posicionava no balcão para organizar alguns produtos, não conseguia evitar a sensação estranha de que a minha vida havia mudado. O que aconteceu entre mim e Yuna ainda estava fresco na minha mente, como se cada detalhe estivesse tatuado na minha memória. A intensidade dos momentos que compartilhamos parecia me consumir, criando uma distração que eu sabia que precisava controlar.
- Jungkook, me dá uma mão aqui? - uma colega me chamou, interrompendo meus pensamentos.
Sacudi a cabeça, tentando me concentrar no trabalho. Fui até ela e ajudei a empilhar algumas caixas no depósito. O peso das caixas me dava uma sensação de normalidade, algo físico e prático que eu podia controlar, ao contrário dos sentimentos confusos que me acompanhavam desde aquela noite.
Enquanto trabalhávamos, ela me olhou de relance.
- Você está meio distante hoje. Tudo bem? - perguntou, com um sorriso simpático.
- Sim, só... dormi pouco - menti, tentando evitar mais perguntas. Ela deu de ombros e voltou ao trabalho, mas a sensação de desconforto continuava.
Quando o movimento no mercado começou a aumentar com os clientes matutinos, eu me forcei a entrar na rotina, ajudando os clientes, repondo mercadorias e mantendo o foco nas tarefas. Mas, de tempos em tempos, a imagem de Yuna surgia na minha mente, o som de sua risada, a forma como seus olhos brilhavam à luz fraca do quarto. Eu sabia que não podia ignorar o que aconteceu, mas também não tinha certeza de como deveria lidar com aquilo.
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My Inspiration: Desejos Realizados ( Jungkook Imagine )
FanfictionKim Yuna, uma jovem escritora de web comics de apenas 20 anos, nunca imaginou que sua inspiração viria do atendente de um mercado local, Jeon Jungkook. Depois de transformá-lo no protagonista de sua história "Seven Days", Yuna fica surpresa quando J...